Artigo em 27.10.1981
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de outubro de 1981
Aproximadamente 2 mil pessoas lotaram os dois salões da Sociedade Dom Pedro II, sexta-feira, no jantar em que houve lançamento formal de Luis Antonio Fayet a deputado federal pelo PDS. Ex-presidente do Badep e único paranaense a ocupar cargo de alguma projeção em Brasília - é subsecretário do Ministério da Fazenda. Fayet teve uma demonstração de prestígio: empresários, políticos, profissionais liberais, das mais diferentes correntes, fizeram questão de pagar Cr$ 500,00 cada um para, enfrentando um risoto de péssimo tempero e um vinho da colônia, mostrarem seu apoiamento a Fayet. Que, em seu discurso, lembrou da importância de eventos políticos como este voltaram a acontecer e a necessidade do Paraná ter uma maior representatividade federal. No entender de observadores políticos, o lançamento de Fayet à Câmara Federal vai tornar mais difícil a eleição de Fernando Fontana, secretário da Indústria e Comércio, já que ambos são de Curitiba e tem um discurso que se dirige basicamente ao empresariado. Já Véspero Mendes, secretário da Administração, também disputará parte desta faixa de eleitorado - embora tenha a seu favor um trabalho de base na Região Metropolitana. Seu grande aliado - e um dos coordenadores de sua campanha - é o prefeito de Piraquara, Luis Cassiano, que também deve ser candidato, só que [à] Assembléia Legislativa.
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Sábado ao meio-dia e meio, numa mesa do Lá No Pasquale, onde é cada vez maior o número de políticos em busca de conquistar a simpatia dos universitários, intelectuais, jornalistas e cocotinhas que ali vão aperitivar, o deputado Álvaro Dias comandava uma animada rodada. Após a segunda caipira (de vodka), confidenciou a um assessor do governador Ney Braga, presente na roda:
O lançamento da candidatura de José Richa não é tão tranqüilo quanto vocês acreditam. Eu, garanto, também vou brigar para sair candidato ao governo.
Há algumas semanas, outra animada roda de jovens profissionais liberais, recebeu democraticamente o senador Leite Chaves, que também passou a freqüentar o Passeio Público. No início, todos se identificaram com Leite Chaves, afirmando que em 1974, sem conhecê-lo, votaram nele para simbolizar a oposição. O senador se animou e deitou falação. Quando saiu, um dos presentes da roda perguntou:
- E agora, alguém votaria em Chaves?
A resposta foi unânime: não. Nem para vereador de Londrina.
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