O marketing que rende muito para esta "SIA"
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de agosto de 1984
Como faz atualmente a Sia Santa - Sociedade cultural de teatro está na cidade.
No teatro de Sesi, durante duas semanas, estará apresentando uma montagem de "O gato de Botas", adaptado do clássico de Charles Perralt e, somente neste final de semana, um espetáculo destinado aos adolescentes: "O Cauxeiro da Taverna" de Martins Pena ( de hoje a domingo, 21 horas, ingressos entre Cr$ 2 a Cr$ 5 mil).
A sia Santa talvez seja umas das únicas companhias profissionais que sobrevive tranqüilamente, fazendo teatro infantil. Sem nomes famosos no elenco e trabalhando regulamente oito meses por ano, este grupo que surgiu em 1973 na cidade de Campinas, tem um esquema organizadisimo. Percorre dezenas de cidades em vários Estados apresentando peças infantis para um público dirigido: alunos de colégios particulares, previamente visitados por Paulo Roberto Machado, 29 anos, um dos três donos da empresa. Para esta temporada curitibana foram vestido 10 mil ingressos- o que é um recorder, pois das quatro vezes em que a Sia Santa aqui esteve, a partir de 1980, nunca havia ultrapassado aos 7 mil ingressos.
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Em anos anteriores, a Sia Santa enfrentou a ma vontade e mesmo protesto da Associação do Teatro Infantil de Curitiba. Os produtores teatrais da cidade não aceitam , naturalmente, a vinda de um grupo "de fora" para mordiscar um mercado restrito , o de Curitiba .
Irritação que cresce quando se confirma o prestigiamento que os colégios dão a esta empresa, adquirindo ingressos para os espetáculos infantis apresentados em sessões fechadas, todas as manhãs e tardes.
Em
que pese necessidade dos que se dedicam ao teatro infantil em Curitiba obterem também prestigiamento em suas produções um fato é preciso ser ressaltado: a Sia Santa disputa um mercado aberto. Encena textos interessantes (em anos anteriores montou duas peças de Ziraldo), e mantém uma equipe de 25 pessoas - dos quais nove são atores e atrizes contratados regulamente, com todos os direitos assegurado- e faz um trabalho de nível nacional. Este ano, a temporada teve uma mínima ajuda do Inacem - 2 milhões ("o que não da nem para comprar dois pensu para o ônibus da companha, comenta Mauro Machado)
consegui o patrocínio de uma grande fábrica de alimentos para cães e gatos, inclusive financiou um bom material promocional: um disco compacto com as canções de "O Gato de Bota", dois mapas-posters didáticos e um belo programa repleto de atrações para crianças.
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A encenação de "O caixeiro da taverna"é uma iniciativa de Crispim Gomes Sá, Jorge Luiz Pantine e Mauro Roberto - os donos da companhia - em ampliarem o público. Como faixa acima dos 12 anos não mais aceita peças infantis, ingênuas, estão preocupados em resgatarem comédias nacionais, como elementos capazes de estimular novos espectadores. É o caso deste texto de Martins Pena, numa montagem dirigida por Ayrton Salvanini e em cujo elenco estão Crispim Jr Euclides Rayala, Sidney Caria, Rosa D'Pottege Paulo Morais, Paulo Pires e Silvana Bulgarelli.
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E quando Sia Santa mordiscou o público dirigido dos colégios particulares e uma questão de Marketing, organização e competência .
Afinal, ao que consta, não há nenhuma lei de reserva de mercado para as produções teatrais locais. Ou seja : quem tem competência deve se organizar e fazer o mesmo que a SIA Santa faz há 10 anos.
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