O Rotary aproxima os jovens de todo mundo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de agosto de 1988
Amanhã à tarde, quando um grupo de jovens paranaenses embarcar no aeroporto Afonso Pena, com destino aos Estados Unidos, para participar do Experimento de Convivência Internacional, o Distrito 473 Rotary Clube estará cumprindo mais uma etapa dentro de seus múltiplos programas de aproximação e integração dos homens de todo o mundo. O Intercâmbio de Jovens que vem sendo desenvolvido há três décadas e que já beneficiou mais de 10 mil adolescentes entre 16 e 19 anos, em programas de convivência em dezenas de países, tem sido estimulado nestes últimos anos - quando é crescente o desejo natural de uma nova geração em estudar e conviver no Exterior. Possibilitando que os jovens se integrem a idas de famílias que os recebam por períodos médios de três meses cada - mas num total de um ano - o Experimento de Convivência Internacional significa também uma fórmula econômica para que jovens da classe média tenham esta possibilidade de viver no Exterior - que seria impossível sem a programação do Rotary Internacional.
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Fundado em 1905 por Paul Harris, em Chicago, tendo como lema "servir não só a si", o Rotary está hoje em 161 países do mundo através de 23.211 clubes e reunindo 1.043.189 associados - coordenados por 460 distritos regionais. Assim, anualmente, cerca de 9 mil jovens participal de seu programa de intercâmbio mundial - com uma expressiva parcela de brasileiros. O Distrito 473, que tem como governador o sr. Saul Brofman, Luís Alberto de Paula Cesar como chairman e Jules Gineste Salomon como vice- chairman, coordenou a viagem de 18 jovens de municípios do Paraná que amanhã estarão viajando para os Estados Unidos, distribuídos em diferentes cidades. E dentro desta programação de intercâmbio chegarão em breve uma dezena de jovens americanos que também ficarão junto a famílias em várias cidades do Paraná - num programa que vem sendo cada vez mais significativo em seus resultados.
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O programa Experimento de Convivência foi iniciada há 56 anos - mas em termos de participação do Brasil desenvolveu-se mais intensamente nas últimas décadas, paralelamente ao crescente interesse dos jovens em aprender inglês (e outras línguas) e se entusiasmarem com a perspectiva de viverem um ano no Exterior. O maior número de jovens opta ainda pelos Estado Unidos, embora a programação atinja todos os países em que existam clubes de rotariados e, nos últimos anos, tem sido crescente o interesse pelo Japão - apesar da dificuldade no aprendizado da língua.
O vice-chairman do Distrito 473, Jules Gineste Salomon, rotariano há 30 anos, salienta que o programa "oferece ao jovem a oportunidade de aprender a língua, a cultura e a geografia do país". Entretanto, há necessidade da parte da família do jovem que viaja um investimento que inclui a passagem aérea, pagamento de algumas taxas e, naturalmente, dólares para despesas pessoais - inclusive viagens ao final do programa. Assim mesmo, é economicamente a opção para que um jovem da classe média, com algum sacrifício, possa ter a experiência de viver nos Estados Unidos, Europa ou mesmo em países do Oriente.
As famílias que recebem os jovens no Exterior (assim como as brasileiras que recebem os que vêm de outros países) são voluntárias. Elas não recebem nada para hospedá-los, são geralmente de classe média e ao manifestar interesse em hospedar um estrangeiro são visitadas por representantes dos intercâmbios que avaliam suas condições materiais e emocionais para recebê-los. Na maioria das vezes, os estudantes ficam em cidades pequenas - o que facilita a integração deles à comunidade.
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Para enviar o filho ao Exterior através do programa do Rotary - ou mesmo através de outros programas como o American Field Service - o passo mais simples é procurá-los e inscrevê-lo - desde que ele tenha entre 15 e 17 anos e esteja cursando uma das séries do 2º grau. Na etapa seguinte, o candidato é submetido a testes de idiomas, principalmente.
Mas há lugares em que se exige uma prova de conhecimentos gerais também (como no caso do American Field). No Rotary Youth a seleção é feita basicamente pelas entrevistas. "Procuramos avaliar se o jovem está realmente preparado para ficar tanto tempo fora de casa e ter um bom aproveitamento", explica o vice-chairman Jules Gineste Salomon.
O Rotary avalia não apenas o jovem mas também sua família. Os intercâmbios pressupõem que, além de enviar jovens para fora, o país também receba estrangeiros e assim as vagas oferecidas aos brasileiros são equivalentes aos estrangeiros recebidos.
Há, naturalmente, todo um processo burocrático, com temos de responsabilidades, seguros, etc. - mas que podem ser resolvidos com relativa facilidade. A concorrência é grande - e tende aumentar cada vez mais - pois numa época em que milhões de brasileiros sonham em viver no Exterior, na maioria das vezes sem as mínimas condições (e chegando mesmo à clandestinidade), programas sérios e responsáveis como o do Rotary, oferecem aos jovens a chance de ter esta experiência, com segurança e conforto. Integrando-se às famílias e nas comunidades em que residem - e tendo geralmente convivência com quatro famílias diferentes (três meses em cada), freqüentando aulas (mesmo quando não há possibilidade de revalidar o ensino recebido no Exterior, o aprendizado - especialmente o do inglês - é dos mais válidos). Experimento de Convivência Internacional é, significativamente, uma realização concreta de um dos mais altos sonhos de Paul Harris, ao fundar o Rotary há 83 anos: formar liderança e aproximar os homens do mundo para o progresso e a paz entre as nações.
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