Os amigos verdadeiros
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de novembro de 1980
Encontrar verdadeiros amigos nos dias hodiernos, é como achar uma agulha num palheiro; a analogia não nos parecerá estranha, se iniciarmos uma indagação entre pessoa que tem amigos: verificaríamos cada uma delas , possui tantos colegas sinceros que seria fácil contá-los nos dedos das mãos.
Refere a máxima popular, que os genuínos amigos encontram-se nas provações, nas horas difíceis, nos momentos cruciantes da vida; de fato, são nessas situações que os conhecemos, quer se revelem fiéis companheiros ou interesseiros antagonistas. Causam nos espécies todas aquelas pessoas que durante anos, vizinhas umas às outras, enquanto obscuras e vivendo no anonimato, mal se conhecem ou, se cumprimentam, o fazem com relativa indiferença.
Basta que uma delas se torne notória, afamada, para que de imediato arraste consigo, aonde quer que vá, uma legião de aduladores, bajuladores ou, que nos perdoem a vulgaridade do termo, autênticos puxa-sacos. O mais tristonho é verificar que fez amigos, os quais, nunca conheceu durante toda a sua vida; normalmente esses aos quais, jamais dirigiu a palavra, mas que conhece de vista.
É a falsidade, a mentira e a hipocrisia que atualmente imperam nos relacionamentos humanos; falta aquela inclinação pura, simples e desinteressada que move uma pessoa quando se aproxima de outra. Assim, antes de fazê-lo, pergunta a si próprio, sempre alimentando seu egocentrismo, qual a vantagem ou beneficio que adquirirá ao procurar uma determinada pessoa.
Se essa for milionária ou tiver projeção na sociedade, certamente auferirá algum proveito, pois somente podemos tirar algo daquele que tem; mas se a pessoa for paupérrima, não lhe acode ao espirito bronco, entumecido pelo brilho fictício que os bens materiais proporcionam, tenham mais probabilidade de oferecer bens morais do que o mais fausto dos nababos.
E aqui cabe citarmos o sorumbático adágio de que "é mais fácil um elefante passar pelo orifício de uma agulha, do que um rico entrar no reino do céu", nada mais verídico, pois todos aqueles que se deixam levar por riqueza e que nunca precisaram de um cordial favor nas dificuldades, jamais conhecerão com profundidade a natureza humana: sempre ficarão na cruel dúvida em saber se foram ajudados por interesse, ou pelos seus próprios méritos.
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