De como o Centro Cívico perdeu o Banco Central
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de novembro de 1980
Por uma questão imobiliária, o Banco Central do Brasil deixou de se transferir para o Centro Cívico, em uma área de muito mais facilidade para a sua movimentação. Há anos que a direção do Banco Central estuda a unificação de seus serviços num único prédio, construído de acordo com suas necessidades. Suas principais seções estão no edifício na Rua 15 de novembro, esquina Presidente Faria, antiga sede do Banco do Brasil mas hoje insuficientes para atender seus serviços, obrigando a alugar outros imóveis. Além do mais e o problema maior as operações de descarga de dinheiro e documentos obrigam a verdadeiras operações de faroeste, com homens armados até os dentes cercado os carros blindados, fazendo cordões de isolamento e assustando os transeuntes que passam pelo local na hora de tais movimentações.
Por tudo isto, há tempos que o Banco Central quer ter uma nova sede em Curitiba. E que já estaria em obras se não fosse o problema da ganância de atravessadores.
Xxx
Após consultas à prefeitura, para saber onde poderia localizar-se de acordo com a lei de zoneamento, o Banco Central estava propenso a adquirir um amplo terreno na avenida Cândido de Abreu, atualmente arrendado (por um preço insignificante) à Voupar S/A, que ali instalou uma extensão de suas oficinas. O negócio estava encaminhando-se quando apareceu um "corretor" que procurou o aumento de 100% no valor do imóvel, Não só no que era pretendido pelo Banco, mas áreas vizinhas cujos proprietários passaram a serem acenados com propostas mirabolantes. Resultado: O Banco Central, através de sua diretoria regional, cancelou qualquer negociação, já que não tinha como não tem qualquer objetivo de estimular elevações irreais nos preços dos imóveis. E até que encontre outro terreno que sirva seus objetivos e que seja vendido a preço honesto não cogita na construção de nova sede. Em compensação, o terreno que estava na mira, na avenida Cândido de Abreu, acabou sendo adquirido por outro banco, mas que pagou o dobro do preço inicialmente pedido.
Xxx
A intenção de valorizar a área do Centro Cívico, ao longo da Avenida Cândido de Abreu, com serviços e repartições identificadas com o espirito do setor, vem esbarrando ainda com a ganância desenfreada de alguns particulares acrescida do serviço que certos "corretores" prestam à cidade. Na ânsia de obterem lucros de milhões, os preços são colocados de forma irreal, afastando bons negócios. Obviamente, organismos oficiais não devem nem podem estimular especulação imobiliária e com isto os parceiros continuam ao longo da Avenida Cândido de Abreu, enquanto projetos de valorização da área, termos de pretensão de serviços, são adiados.
Enviar novo comentário