Valores espirituais
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de junho de 1980
Recentemente uma senhora lembrava nostalgicamente, o período de sua juventude. Dizia ela: << era tudo tão diferente; mais calmo, mais bonito, havia muito romantismo >>. Evidentemente tal senhora relembrava com saudosismo, o auge das produções cinematográficas que, mostrando a vida através de imagens multicoloridas, apresentou exaustivamente a busca do êxito e do sucesso como a fórmula mágica para se atingir a felicidade. Carrões luxuosos. Casas ricamente decoradas. Os romances e os devaneios fantasiosos, entremeados com algumas tiradas impudicas. Isso durou até mais ou menos 1965. De lá para cá muitas coisas mudaram também. Os cinemas se esvaziaram e os filmes passaram a não apresentar mais tudo azul. Crescemente foram se introduzindo as agressões, a insatisfação, a rebeldia dos jovens, a decadência da mulher e todo o cortejo das mazelas humanas.
As produções que hoje contam menos de 25 anos, praticamente, viram apenas apresentações mais recentes. São em sua grande maioria jovens acomodados, desesperançados acerca do futuro, céptico em relação ao casamento. Já as populações mais idosas, sentem um choque face à oposição entre essas duas formas de apresentação da vida pelo cinema que, inegavelmente, é um dos fatores principais do comportamento individual e das massas.
Não podemos dizer aos nossos leitores que uma ou outra maneira de apresentar a vida seja melhor, por quanto, em ambas está ausente o reconhecimento do universo em sua atuação automática, pois isso somente é que possibilita aos seres humanos orientação e ascensão consciente através do reconhecimento das verdadeiras leis do universo. Faltando isso, falta tudo, e não é de se estranhar que a humanidade se encontre agora em um beco estreito e afunilado, diante de tanatos problemas!
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