Os Maluf de Irati
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de agosto de 1984
Quantas famílias Maluf existem no Brasil? Nestas alturas da olimpíada eleitoral que se decide neste fim-de-semana em Brasília, há por certo centenas (ou seriam milhares?) de patrícios de sobrenome Maluf que estão procurando reconstituir suas árvores genealógicas, na busca de esperançosos pontos de parentesco com o presidenciável ex-governador de São Paulo.
Em Írati, o poeta e jornalista José Maria Orreda, editor do semanário "O Debate", dedicou um quarto da primeira página do último número do jornal para um levantamento sobre a chegada da família Maluf daquela cidade.
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Embora não fale em parentescos com Paulo Salim, a descrição feita pelo "O Debate" acompanha mais de 60 anos da vida dos Maluf que em 1921 chegaram a Santos e dali vieram para o Paraná. Inicialmente o velho João Bader e dona Helena, libaneses de Beirute, se radicaram em Castro ali residindo por 12 anos. Foram pioneiros da sorveteria na cidade e quando o velho João Maluf pretendeu se transferir para União da Vitória, encontrou outro libanês, Nagib Nejm, que o convenceu a mudar de direção. Foi assim para Irati, ali se instalando em agosto de 1934 - e também trazendo para aquela cidade a novidade da sorveteria. A família cresceu: 21 netos e 16 bisnetos de João e Helena Maluf, hoje espalhados por todo o Paraná.
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A propósito de Maluf: o número um da revista "Brasil Extra" - formato da antiga "O Cruzeiro", realizada por um time de jornalistas da pesada - traz Paulo Maluf (em foto aos 8 anos) na capa, lhe dedicando uma irônica reportagem e propondo inclusive que no caso de sua vitória na convenção do PDS, que faça uma emigração em massa, para qualquer parte da Europa. O projeto ganhou o felliniano nome de "E La Nave Va". Só a matéria da capa justifica a leitura de" Extra", que chegou esta semana às bancas.
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