Os prazeres de Foz
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de fevereiro de 1977
Quando o arquiteto Vicente Ferreira de Castro Neto, hoje na coordenadoria geral do COMEC (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba), executou o plano de desenvolvimento de Foz do Iguaçu, considerando a obra de Itaipu, um de seus primeiros problemas foi a necessidade de locar nova área para o bairro boêmio da cidade, (meretrício), que se localiza justamente dentro do espaço destinado a vila operária. A zona alegre foi transferida para a entrada da cidade, longe de qualquer vizinhança que pudesse reclamar, pois não se poderia ignorar a necessidade da cidade dispor deste tipo de lazer, em especial, considerando o aumento da população masculina, atraída pelos milhares de empregos oferecidos pela obra do século.
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E, menos de um ano depois, o bairro alegre de Foz do Iguaçu está crescendo tanto quanto a obra - devendo, segundo observadores, dentro de algum tempo ser um dos maiores centro de vida noturna "da pesada" do País - ao menos enquanto durar a obra. E a iniciativa privada está se voltando para as perspectativas do setor, havendo vários projetos de investimento em casas noturnas - oferecendo diversões e prazer às mais diversas escalas sociais, desde os executivos de salários elevadíssimos até os barrageiros que, evidentemente, constituem o maior contingente.
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Uma curitibana, com experiência no setor de entretenimento noturno, já tem planificado um grande projeto: instalar um grande "forró", com atrações típicamente nordestinas (considerando a procedência de grande parte dos barrageiros), uma "discoteque", com som da pesada, para a faixa mais jovem e, principalmente, uma casa de massagens, a exemplo das existentes no Rio de Janeiro e São Paulo - esta, evidentemente, destinada a faixa mais exclusiva (e bem remunerada) da população de Foz do Iguaçu que triplicará até 1980. Previsão de lucro mensal, quando as três casas estiverem funcionando a todo vapor: Cr$ 500 a 800 mil.
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