Os prejuízos (e os lucros) dos doutores
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de março de 1977
A crise provocada pelo atraso no pagamento das contas do INPS aos hospitais da cidade, está levando muitos empresários do setor, incluindo médicos conhecidos, a verdadeiros malabarismos financeiros a fim de poderem honrar os compromissos urgentes - como pagamento de fornecedores e, principalmente o atendimento às folhas de pagamento dos empregados. Embora nomes sejam prudentemente preservados, sabe-se de pelo menos três famosos médicos que, apesar de possuírem invejáveis patrimônios pessoais, estão na iminência de terem que se desfazer dos mesmos para evitar consequências desastrosas aos seus hospitais - altamente endividados, e que aguardam, há meses, a liberação das contas do INPS.
Em compensação, há pequenas clínicas e pronto-socorros que, recusando-se a trabalhar para o INPS, vem obtendo lucros positivos. Uma pequena unidade no Pinheirinho, próximo a Cidade Industrial, funcionando exclusivamente no atendimento a particulares, apresenta um faturamento excelente - tanto em termos de consultas de clínica geral como para cirurgia. Cobrando consultas a partir de Cr$ 100,00, a clínica atende mesmo faixas humildes da população, atraídas pela facilidade de consultas com hora marcadas, sem filas e demoras.
Uma prova de que, apesar da crise geométrica que vivemos, a medicina particular ainda sobrevive. E com gordíssimos lucros.
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