Palavras de Vian e música de Duke
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de abril de 1989
As editoras Nova Fronteira e Brasiliense deveriam agradecer a Marcelo Marchioro: o interesse que "Nenúfar" está despertando junto aos jovens espectadores em conhecer as obras de Boris Vian, faz com que haja uma corrida às livrarias em busca de seus 3 únicos livros editados no Brasil: "A Espuma dos Dias" (tradução de Eliana Motta, Nova Fronteira, 1984, 208 páginas); "Vou Cuspir no seu Túmulo" (tradução de Onézio Paiva, Nova Fronteira, 1986, 176 páginas) e "Escritos Pornográficos" (tradução de Heloísa Jahn, Brasiliense, 1985, 92 páginas).
Infelizmente, embora constem dos catálogos das editoras, é difícil encontrá-los, já que tiveram apenas uma única edição, de pouco mais de mil exemplares.
Também "Nenúfar" faz com que o público que não conhecia a música de Duke Ellington procure os (poucos) discos que existem deste gigante do jazz. Utilizando mais de 70 temas de Ellington - desde os mais conhecidos ("Satin Doll", "Sophisticated Lady", "Black and tan Fantasy", "In a Sentimental Mood", "Solitude") até alguns raríssimos de serem ouvidos ("Chloé", nome da personagem da peça), a trilha de "Nenúfar" vale, musicalmente, por um verdadeiro aprendizado a obra de um dos maiores compositores-pianistas-arranjadores do século.
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