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Aramis

A Revolução Francesa no cinema

Com "Cinema & Revolução" (Cine Luz, apenas 3 sessões, a partir de hoje), a Aliança Francesa traz oito filmes, em cópias 16mm, legendadas em português, que refletem diferentes enfoques da Revolução Francesa. São de diferentes épocas e realizadores - quatro deles totalmente inéditos comercialmente, mas os demais também desconhecidos por uma nova geração. O que faz desta a programação mais interessante nesta semana. A mostra abre com "Esta Noite é Minha" (Belles de la Nuit), 1952, de René Clair (1898-1981), que trouxe um dos maiores galãs do cinema francês dos anos 40/50 - Gerald Philippe (1922-1959), ao lado de duas mulheres no auge de sua beleza - Martine Carol (1922-1967) e Gina Lollobrigida, hoje aos 62 anos, afastada há mais de 15 anos nas telas. Em 90 minutos, com o ritmo de comédia que caracterizava sua admirável obra, Clair mostra, através dos sonhos de um pobre professor de música de Paris (Philippe) alguns momentos da Revolução Francesa. Amanhã será exibido "O Calvário de uma Rainha" (Marie Antoinette, René de França), 1955, de Jean Dellanoy. Uma cinebiografia de Maria Antonieta (Michele Morgan), no seu apogeu até a execução. Dellanoy, 81 anos, fez uma reconstituição histórica, com um elenco em que também aparecem Richard Todd e Jeanne Boitel. O programa de sábado é "Aventura no Ano II" (Les Mariés de L'Ann II), 1971, de Jean Paul Rappeneau. É um filme de ação, sobre Nicholas Philbert (Jean Paul Belmond), cujo espírito acintoso lhe causou os piores embaraços nos últimos anos da realeza e que se exilou nos EUA. Como seus planos de casar com uma rica herdeira da Carolina do Sul são frustrados, volta a França e, reencontrando-se com sua ex-esposa (Marlene Jopert) iniciam uma vida aventurosa. No domingo, o filme mais aguardado desta mostra: "1789", produção de 1974, dirigida por um dos maiores nomes do teatro francês, a realizadora Ariane Monouchkine (que fez o clássico "Moliére", 4 horas, até hoje inédito comercialmente no Brasil). Baseado na peça criada coletivamente pelo "Théatre du Soleil", dirigido por Ariane, esta peça filmada (que a faz um filme especialmente indicado a classe teatral), tem a originalidade de nos mostrar personagens saídos do séquito real apresentados sob os traços de grandes marionetes, com vozes populares multiplicadas para exprimir suas incertezas assim como sua alegria. Posteriormente, Monouchkine montou "1793", que ficou apenas no palco - não chegando às telas. "Assim Deus Mandou" (Les Dialogue des Carmelites), 1960, adaptação do romance de George Bermanos (que residiu alguns anos no Brasil), dirigido por dois reverendos - Bruckberger e Philippe Agostini, será exibido na segunda-feira. No elenco, nomes da maior expressão vivendo esta história que se desenrola em 1789, mostrando os reflexos da Revolução sobre um grupo de religiosas, com Jeanne Moreau (no auge de sua beleza), Pierre Brasseur, Alida Valli, Jean Louis Barrault, Madeleine Renault, entre outros. "Danton", 1982, visão do polonês Andrzej Wadja, sobre o notável personagem da Revolução (interpretado por Gerard Depardieu) será exibido no dia 5. Tanto este, como "Casanova e a Revolução" (1982, de Ettore Scola) com Marcello Mastroiani, Hanna Schygulla, Jean Louis Barrault, etc., são os filmes mais conhecidos da mostra: além de terem sido reprisados recentemente, estão à disposição em vídeo. A mostra encerra-se com "Chouans", a produção mais recente (1988), de Philippe de Broca, com Sophie Marceau, Lambert Wilson e Jean Pierre Cassel.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
31/08/1989

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