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Rubinho, o homem que vive dentro do vídeo

O boom do vídeo provocou não só o ressurgimento do interesse pelo cinema - e a prova disto são as inúmeras revistas que vem circulando, com grande aceitação - com também abriu campo para novos profissionais. Assim, as locadoras mais organizadas passaram a buscar consultores que conheçam cinema, para orientar tanto as aquisições como a própria clientela, enquanto a função do crítico ou jornalista especializado passou também a ser valorizada. Mesmo em pequenas cidades, o vídeo passou, nos últimos meses, a ocupar um espaço na imprensa, já que o interesse em torno das produções a disposição das locadoras - fosse em cópias piratas ou nas legalizadas - é crescente. De todos os profissionais da informação em vídeo que surgiram no Brasil, hoje o mais respeitado e conhecido é Rubens Ewald Filho, que desde 1968 já mantinha uma seção sobre "Os Filmes de Hoje na TV", no "Jornal da Tarde". Poliglota (chegou a pensar em fazer o Itamarati) este paulista de Santos hoje se dedica em tempo integral ao vídeo. Colaborando com dezenas de publicações, a partir de agora, na área das revistas, Rubinho passa a escrever apenas para a "Vídeo News", pioneira na área - e na qual, aliás, está integrado desde seu primeiro número. Entre os jornalistas que estarão em Curitiba dentro de duas semanas, participando de uma mesa redonda sobre o jornalismo cinematográfico & vídeo - um dos eventos paralelos da I Mostra do Cinema Latino Americano (4 a 10 de outubro), estará, certamente, Rubens Ewald Filho, que até agora já publicou oito Guias de Vídeo, todos editados pela Vídeo News Filmes - um deles somente sobre vídeos infantis, outros sobre títulos eróticos/pornográficos - que são dos mais procurados. Agora, com a regulamentação do setor - os guias de Rubens estão sendo refeitos, pois, naturalmente, inúmeros títulos que ali constavam eram das chamadas fitas alternativas (piratas), que, oficialmente, não podem mais serem comercializadas. Tendo que conhecer toda a produção cinematográfica existente, Rubens acompanha os principais festivais e mostras de cinema no Brasil e no Exterior. Só este ano já viu mais de 400 filmes e atualmente, coordena uma equipe de assessores para concluir um trabalho importantíssimo e necessário: a segunda edição do "Dicionário de Cineastas", em dois volumes, já contratada com a L & PM, de Porto Alegre. Há 10 anos, pela Global, saiu a primeira edição desta obra referencial, indispensável para quem acompanha o cinema. Pelos seus contatos, organização e credibilidade, Rubens Ewald dispõe hoje das melhores informações sobre o cinema. Na progressão geométrica das produções, com novos diretores, intérpretes, roteiristas, aparecendo mensalmente, realmente é difícil manter-se atualizado, mas ele consegue - e transmite suas informações em seus textos claros e objetivos, tanto na "Vídeo News" como no "Jornal da Tarde" - além de comentários pela Globo, da qual é contratado desde 1979 - e cujo espaço para cinema também tem sido aumentado. Rubens admite ser uma pessoa de sorte: "Poucos podem dizer que fizeram de seu hobby uma profissão. Foi o meu caso. A melhor coisa foi que até hoje não perdi minha paixão pelo cinema. Ainda gosto de ver filmes. O melhor programa que podem me oferecer é ver cinema (e quando viajo, é ainda a primeira coisa que faço: correr de um cinema para outro, mesmo sabendo que eventualmente estes filmes chegarão ao Brasil". Outra confissão de Rubens: - "Vejo os filmes até o fim (nunca saio no meio, por pior que seja a fita), mas confesso que as vezes utilizo o fast forward nas fitas pornográficas, quando a ação se torna óbvia. Só tenho um segredo profissional: assisto a todos os filmes. Com mínimas exceções: uma fita de Kung-Fu que vou deixando para o lado, um faroeste italiano que não consegue me interessar (e sei que vai sobrar no próximo Guia). Em geral, os críticos têm preguiça de ver filmes. Alguns até odeiam cinema". Rubens anota todos os filmes que viu desde criança (em Curitiba, há alguns cinéfilos, como Cláudio Lacerda e Marcelo Marchioro, que também têm este hábito). Até o dia 23 de agosto, Rubens já havia visto 6.602, sendo 454 só este ano (não valem os feitos diretamente para vídeo, somente filme mesmo). Com relação a este aspecto, prevê: - "...pelo jeito, vou ter que acabar mudando esse critério se um dia o cinema for feito em vídeo de alta definição, como parece!" LEGENDA FOTO - Rubens Ewald Filho: o primeiro em informação sobre vídeo e cinema.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Vídeo/Som
23
27/09/1987

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