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Aramis

Black, o comediante sempre cor-de-rosa

Black Edwards, assim como Jack Lemmon, já passou dos 60 anos - a idade que angustia o seu personagem Harvey Fairchild em "Assim é a Vida". Mas aos 65 anos, este americano bem sucedido - e o fato da belíssima mansão em que foi rodado "That's Life" ser a sua casa, na Califórnia, é uma prova de que não pode se queixar da vida - tem sido um dos mais ecléticos cineastas americanos. Ex-ator (1942/48), tendo participado da era do rádio e mesmo integrando-se aos primeiros anos da televisão, Edwards estrearia como diretor em 1954 - "Sorria para a Vida" (Bring your Smile Along), com o baladista Frankie Laine numa de suas poucas atuações como ator-cantor. Seguiram-se várias comédias realizadas nos tempos em que a Universal International era uma das mais ativas produtoras, até que, em 1961, levando à tela um conto de Truman Capote, "Breakfast at Tiffany's", passaria a ser reconhecido pela crítica mais exigente. "Bonequinha de Luxo" é uma comédia que resiste até hoje, trouxe Audrey Herpburn no auge de sua beleza e uma das mais inspiradas trilhas de Henry Mancini, compositor de quase todos os seus filmes. Juntos colecionaram êxitos como "Escravas do Medo" (Experiment in Terror, 62) - uma tentativa de thriller policial; a série da "Pantera Cor de Rosa", o superpastelão "A Corrida do Século" 91965), "Vício Maldito" (1963, Oscar de melhor canção: "Days of Wines and Roses"), entre tantos filmes que, revistos, agora, se mantém em sua integridade. Os milhões de dólares que seus filmes renderam nos anos 60, não foram suficientes para aplacar a ganância dos "tycoons" que, irritados com seus fracassos dos anos 70, ("Lili Minha Adorada Espiã", "Os Dois Indomáveis", "Semente deu Tamarindo"), o condenaram a um ostracismo por algum tempo. Mas ele deu a volta por cima: com "Mulher Nota 10", revelando ao mundo a beleza do Bo Derek, voltou a mostrar sua classe de cineasta que sabe conquistar o público e, em represália as sujeiras de Hollywood, deu o troco, em uma bem humorada - mas ácida denúncia da Usina dos Sonhos que só quer milhões de dólares e não perdoa fracassos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
27/09/1987

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