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Aramis

"Sweet Cheryl Lynn", a grande música de Chuck

Uma gratíssima surpresa: a faixa "Sweet Cheryl Lynn", (segunda do lado B) do lp "Save Tonight For Me", de Chuck Mangione, pode tranqüilamente, ficar anotada para figurar entre os 10 mais belos temas lançados neste ano. Suave, romântica - mas ao mesmo tempo com o embalo e "molho" latino-americano - esta "Doce Cheryl Lynn" por si só já vale a audição do novo lp de Mangione, 45 anos, nova-iorquino, um talento polivalente - produtor, arranjador, bandleader e virtuose do trumpete - que gosta de ser identificado como executante do flugehorn. Com dezesseis lps em 15 anos de carreira, Chuck Mangione esteve em princípios de maio em São Paulo e Rio, motivando a CBS a lançar este seu quarto álbum que faz para esta fábrica (a estréia se deu com "Love Notes" em 82, seguido de "Journey to a Rainbow", em 83 e "Disguise", no ano seguinte). Fundindo o jazz e o pop, Chuck não se preocupa com as críticas de que não seja um jazzista tradicional. - "Faço o som de Chuck Mangione. Se para essas pessoas, popular significa ser ouvido por muitas pessoas, então faço música popular". "Save Tonight For Me" é um disco diversificado. Chuck é o autor de seis composições - em parceria com o produtor e tecladista "Butch" Stewart, exceto "Cheryl Lynn", a melhor faixa do lp. Chuck é mestre em combinar temas diferentes - como os sons andinos em "Machu Picchu", o romantismo em "Secret of Love" e uma fluidez dançante em "At Red Rocks". Um disco alegre, gostoso de se ouvir e que vale a compra só por "Sweet Cheryl Lynn". xxx No pacote jazzístico da Polygran - entre reedições importantes ("Marquês de Sade", suite barroca de Lalo Schinfrin) e notáveis álbuns de Chet Baker ("Once Upon a Time") e Keith Jarreth, um delicioso lp, trazendo a grande Sarah Vaughan acompanhada por big bands em "Sassy Swings Again" (Mercury, 1967). Com arranjos e regências de orquestras de Thad Jones, Manny Albam, Jay Jay Johnson e Bob James e presenças de trumpetistas como Clark Terry, Charlie Shavers, Joe Newman e Freddie Hubard, trombonistas como Johnson e Kai Winding e saxofonistas do nível de Phil Woods, "Sassy - forma carinhosa com que Sarah é chamada pelos músicos, mostra plena forma, interpretando clássicos como "Sweet Georgia Brown", "Take The "A" Train" (o prefixo que Billy Strayhorn criou para a orquestra de Duke Ellington), "I Left My Heart in San Francisco" (standard de Tonny Bennett, mas aqui numa leitura renovada), "S" Posín" (Razaf/Denniker), "Everyday I Have The Blues"- tudo isto no lado A. No lado B, temos outros clássicos - como "All Alone" (Irving Berlnin), "The Sweetest Sounds" (Richard Rodgers), ao lado de "I Want To Be Happy", "On The Other Side Of The Tracks" e "I Had a Ball". Realmente, swing não falta a Sarah Vaughan. Um ótimo lançamento. LEGENDA FOTO 1 - Chuck Mangione: sabor latino.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
3
29/06/1986

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