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Aramis

A revisão de Chuck Berry

A revalorização do veterano cantor, guitarrista e compositor Chuck Berry, 49 anos, norte americano de Saint Louis, 22 anos de carreira e que começou a fazer sucesso a partir de 1955, deve-se a sua participação numa série de concertos pop na Europa, pois apesar de sua importância no surgimento do rock'roll, nos anos 60 ficou relegado a um imerecido ostracismo. As grandes vedetes como Elvis Presley, Johnny Holliday - e mesmo grupos como Rolling Stones, Animals etc., admitem a sua positiva influência. Assim, um lp como "Chuck Berry/Bio (Top Tape TT 053) adquire uma característica quase documental, com o marcante guitarrista-compositor e cantor, acompanhado por um grupo pouco conhecido mas muito eficiente - Wayne "Tex" Gabriel, na 2ª guitarra, Aday Ippolito no piano, Garay Vanscyoc no baixo, Stanbronstein no sax e Rick Fran na bateria, apresentando sete temas fortes: "Bio", "Hello Little Girl, Goodbye", "Woodoecker", "Rain Eyes", "Aimlessy Driftin", "Got It And Gone" e "Talkin't About My Buddy". Para a garotada interessada em conhecer as raízes da música pop, um lp importante e interessante. xxx Outro grupo vocal que a Top Tap está "implantando" no Brasil é o formado por Litle Anthony & The Imperials. Em um novo lp - "On A New Street" (AVCO 11012, agosto/74) temos este conjunto trazendo uma série de música do produtor e arranjador Teddy Randazzo, além de músicas de outros autores. Promovidos com habilidade, aparecendo já nas paradas, é mais um grupo de cantores negros que a gravadora de José Rozemblit oferece aos consumidores brasileiros de música vocal. xxx Abrindo uma série destinada a ter grande repercussão junto a faixa jovem, a Top Tape lança "Sábado Som", na mesma linha do programa da Rede Globo de Televisão. No primeiro lp - série internacional, desta coleção figuram nomes consagrados como os de Muddy Waters (interpretando "Got My Moio Working", em duas partes), Chuck Berry ("Go Bobby Soxer"), Johnny Winter ("Livin' The Blues" e "Parchman Farm"), Eagle ("Kichin'It Back To You") e outros conjuntos menos famosos: Jum, Potliquor, Funkadelic, [...] etc. Do disco, o mais interessante é a capa: bastante original, pode ser utilizada como pôster, no lado da preferência. Um disco certinho para o consumo jovem. xxx Para a classe média, senhoras românticas da faixa dos 35/45 anos, circunspectos cidadãos que buscavam a música apenas "para paz espiritual" ou, nostalgicamente recordar os bons tempos, também a Top Tape faz seus lançamentos: com a açucarada orquestra e cantores de Alan Caddy, os lps "The Bert Kaempfert Story" e "The Ray Connif Story". São dois lps em que Caddy procura imitar o estilo destes dois famosos maestros, aproveitando seus mais conhecidos temas. No estilo de Kaempefert temos, entre outros, "Wonderland By Night" (um dos maiores sucessos de Sinatra), "Red Roses For A Blue Lady", "Thw World We Knew", "African Beat", "That Happy Feeling", "Swingin'Safari" etc. Já na linha de Ray Connif, que há 20 anos é uma das galinhas-de-ouro da CBS, temos "The Touch Of You Lipes", "Pennies From Heaven", "Louise", "Dianne", "The Very Thought Of Wou", "Lonesome Road" etc. Afinal, discos para todos os gostos. E bolsos. E graças a isto a Top Tape pode continuar a editar o melhor jazz. O que já justifica qualquer concessão comercial.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
14
29/09/1974

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