Tempo de saias na Câmara de Curitiba
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 31 de outubro de 1988
Com 64 mulheres disputando a Câmara de Curitiba, há quem calcule que a bancada feminina deverá chegar a pelo menos seis ocupantes. O que significará um crescimento de 30%, já que as duas atuais vereadoras - a peemedebista Marlene Zanin e a petebista Rosa Maria Chiamulera estão se esforçando ao máximo para conseguirem a reeleição. No passado, sempre que se fala da presença feminina na Câmara o nome lembrado é o da professora Maria Clara Brandão Tesseroli, já falecida, que em diferentes ocasiões ali teve assento. Algumas outras mulheres chegaram à Câmara - geralmente nas condições de suplentes - mas agora, ao que concluiu uma ativa candidata, "as mulheres decidiram votar em representantes de seu sexo e por isto a bancada crescerá".
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Vale tudo na campanha e assim se observa desde o emporcalhamento de postes, muros e prédios com os cartazes da morena Ana Maria Castro - candidata do PFL, esposa de um dos diretores da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu - até o discreto e muito bem produzido material da candidata Marilena de Mello Braga.
Jornalista com longos anos de redação, de uma família de políticos - filha do senador Rubens de Mello Braga (1910-1979) e sobrinha do ex-deputado Leo de Almeida Neves (recém-empossado na diretoria de produção do IBC), Marilena tem sido discretíssima em sua campanha, evitando pichamentos e procurando segmentos específicos do eleitorado - ao contrário de muitas outras candidatas - bem mais agressivas na busca de votos. Mãe de quatro filhos, um neto, apesar de só ter 43 anos, Marilena tem uma platraforma de trabalho bem elaborada e conta com assessoria das mais competentes - da parte de amigos que admiram seu trabalho. Se eleita (é candidata pelo PTB) poderá fazer bonito na Câmara.
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A estima que o médico Félix do Rêgo Almeida conquistou nos mais diferentes segmentos da população de Curitiba, pela sua competência e humanitarismo - atendendo a todos sem visar honorários, reflete-se no apoiamento que sua esposa, a escritora Nelly Valente Almeida vem tendo e que a poderá fazer uma das vereadoras bem votadas na bancada do PMDB.
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