Um exemplo cultural
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de fevereiro de 1985
Se o governador José Richa levou ao presidente Tancredo Neves uma relação de 50 nomes, com a esperança de ver pelo menos 10% dessas indicações aproveitadas para cargos do segundo escalão, há também paranaenses que podem ser escolhidos, sem, forçosamente, partirem da listagem oficial. É, por exemplo, o caso do advogado Carlos Frederico Marés de Souza Filho, atual presidente da Fundação Cultural de Curitiba e cuja lembrança para ser o procurador geral da Fundação Nacional do Índio surgiu de lideranças das comunidades indígenas, apenas respaldado por grupos políticos.
Cogitado, inclusive, para a presidência da Funai, embora a indicação inicial seja para sua área jurídica, Marés deve essa lembrança a uma dedicação honesta e idealista à causa indígena no Brasil. Desde que retornou de longo exílio, Marés tem se preocupado com as minorias indígenas e, corajosamente, vem lutando pelos seus direitos. Mesmo absorvido, hoje, na presidência da FCC, não deixa de ser procurado por líderes indígenas, que, pessoalmente ou principalmente por telefone, buscam sua orientação em diferentes questões.
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De uma elegância, honestidade e integridade merecedoras de respeito e admiração, Marés tem se empenhado em desenvolver um bom trabalho na FCC. Embora já tenhamos discordado (e criticado) muitas posições do organismo cultural do município, há de se reconhecer a forma inteligente com que Marés soube contornar delicados problemas existentes na área política. Assim, eliminando atritos, buscando soluções equilibradas e, principalmente, em dedicação integral, que o faz ser o primeiro a chegar ao prédio da Praça Garibaldi e, muitas vezes, o último a sair, conseguiu, nesses dois anos da administração Maurício Fruet, realizar projetos felizes, embora, reconheça, haja muito ainda a ser feito.
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Carlos Marés de Souza, como seus dois colegas de diretoria, o diretor executivo Glauco Souza Lobo e a diretora administrativa, arquiteta Jussara Valentim, mostram um trabalho bem intencionado. Aceitam as críticas, procuram o diálogo e justificam o mandato que receberam.
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