Um réquiem para Alexandre, voz que falta na Camerata
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de junho de 1986
Com muita emoção, o padre José Penalva oficiará às 11 horas da manhã deste sábado, na Igreja do Sagrado Coração de Maria, a missa de 7º dia pela morte do jovem tenor José Alexandre Castilho. Ainda com maior emoção, o maestro Roberto de Regina estará regendo a Camerata Antiqua com um programa especial, já que será esta a homenagem prestada a um dos grandes talentos daquele conjunto, vítima da brutalidade do trânsito.
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Nas notícias publicadas nas páginas policiais dos jornais não houve o destaque merecido de quem foi vítima do acidente ocorrido no início da noite do último domingo, 1º de junho, na Avenida Salgado Filho, quando um motorista, bêbado e eufórico pela vitória do Brasil sobre a Espanha, dirigindo um veículo pertencente à Delegacia Regional do Trabalho, atropelou três pessoas que estavam num ponto de ônibus. Um deles, morto na hora, era José Alexandre Castilho, 23 anos, fluminense de Angra dos Reis, ao lado de sua irmã - ainda hospitalizada e uma prima, a única que nada sofreu.
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Jovem de belíssima voz, apaixonado pela música, José Alexandre, residia em Curitiba há alguns anos, dedicando-se exclusivamente à Camerata e ao grupo Renascentista. Vítima de um bêbado ao volante, perdeu a vida. E a cidade perdeu um grande valor musical.
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