Valorização na Câmara
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de julho de 1977
Um grupo de vereadores de Curitiba, com representantes dos dois partidos, está preocupado em montar um programa de ação interpartidária capaz de valorizar a função parlamentar, em termos municipais. Vereadores jovens, em primeira legislatura, estão preocupados com o desgaste da imagem pública, neste primeiro semestre. Acima das disputas pessoais, das divergências político-ideológicas, os jovens vereadores sentem que em suas bases eleitorais começam a esvaziar-se, provocada pelo marasmo com que tem sido conduzida a ação parlamentar, nas limitações da área municipal.
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Críticas, muitas vezes injustas, às bancadas da Arena e do MDB, elogios, muitas vezes forçados e conseguidos apenas graças [à] proteção com que certos vereadores gozam dos donos do Poder, contribuem para criar dentro da Câmara um clima de disputa e rivalidade bastante prejudicial. Considerando que a cada quatro anos aumenta a disputa pelos votos da população, que, por sua vez, fica cada vez mais descrente da ação dos homens que escolhe para legislar, os vereadores mais conscientes e inteligentes, entendem que a ação contemplativa, de apoiar simplesmente tudo que vem do Palácio 29 de Março, indicado pelo alcáide para aprovação ou, por outro lado, a crítica gratuita e furibunda, a nada levam. Uma posição independente, inteligente e coerente, acima dos interesses individuais de cada um, é que pode valorizar o mandato de vereador. E isso é que o grupo renovador, cujos nomes ainda são mantidos em discreto sigilo, pretende fazer.
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