Login do usuário

Aramis

A volta da banda da PM nas retretas das ruas

Criada há 136 anos - dois após a fundação da Polícia Militar e quando a Província do Paraná tinha apenas quatro anos, a Banda desta corporação tem uma história que merece ser contada. O professor Alceu Schwan, 64 anos, após ter feito o primeiro levantamento da bibliografia de nossa música popular e concluir, agora, a revisão final de seu "A MPB e o Cassino Ahú" (edição da secretaria Estadual da Cultura, prometida até novembro - após vários adiamentos) já decidiu que tão logo seu livro - ao qual se dedicou nos últimos 7 anos - esteja lançado - vai iniciar o projeto de fazer a história da [Banda] de Música da PMEP. Em 1951, a professora Laura Della Mônica publicou o fundamental "História da banda de Música da Polícia Militar do Estado de São Paulo", fundada em 7 de abril de 1857 - portanto dois anos depois que o Paraná já tinha a sua. Em 1975, por ocasião do centenário da banda paulista o livro da professora Laura foi reeditado (Tipografia Edanee, 136 páginas), acompanhado de um compacto simples trazendo a canção da PMESP, "Cento e Trinta de Trinta e Um" (Jacomo Degobbi) e "Weril Dobrado", composição do maestro Angelo Antonello (Curitiba, 12/4/1909 - 10/11/1972), - de 1959, em homenagem ao jubileu de ouro da Indústria Weril, principal fornecedora de instrumentos das bandas brasileiras. xxx Regente da banda por mais de dez anos (ali entrou, aos 12 anos de idade), Antonello foi um dos muitos músicos de valor que passaram por esta unidade - que, ao longo de sua existência, teve fases de maior e menor presença. Nos últimos anos, infelizmente, por falta de músicos e mesmo equipamento, a banda da PMEP tem rareado suas apresentações - que durante décadas marcavam retretas animadíssimas, principalmente no antigo coreto da Praça Osório, onde outro de seus regentes, Suriname, mostrava um repertório incluindo clássicos. O atual comandante da PMEP, coronel Miguel Arcanjo Caprioti, preocupou-se, entretanto, em fazer a banda voltar aos seus bons tempos e assim aconselhando-se com oficiais como o coronel Rubens Mendes de Moraes, reformado há 18 anos mas que continua a ser um colaborador da Polícia Militar em sua parte cultural, a banda voltará em breve a fazer apresentações, especialmente em bairros da cidade. Uma [das] felizes idéias aprovadas pelo comandante Miguel Arcanjo foi a de simultaneamente as retretas - programadas para os fins-de-semana - haja distribuição de folhetos com dados sobre os patronos das ruas e logradouros públicos nos bairros em que a banda se apresentar, numa informação de civismo e história aos moradores - que raramente sabem quem foram os homens e mulheres que deram nomes às vias públicas em que residem. [Há] mais de 30 anos que o coronel Rubens Mendes de Moraes é também o oficial encarregado de preparar sempre o roteiro do concerto anual que a Banda fez no Teatro Guaíra, em 10 de agosto - data da criação da Polícia Militar do Paraná. Para este ano, Rubens pretendia que a [tarefa] fosse dada a outro oficial, da ativa, "mais jovem, para renovar este trabalho" , mas o comandante Caprioti não deixou por menos: fez com que Mendes de Moraes, mais uma vez, fizesse este trabalho - conduzindo os textos enquanto a banda, sob regência do tenente Antônio Manoel Alves, estará apresentando um repertório com algumas novidades. Aliás, poucos sabem que o coronel Rubens, um dos oficias mais conhecidos da PMEP - é também poeta e letrista de vários hinos militares - como "O Paraná Que Eu Sonhei", "Comando Alfa", "Guatupê", "10 de Agosto", "Águias em Luta" , "Noção do [Dever]", "Canção [Póstuma] de um Meliciano", "Paraquedista", "Hino a Videira" etc., quase sempre em parceria com o tenente Antônio Alberto Ramos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
24
27/07/1991

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br