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Quando o bar entra na boa literatura

O cartunista Dante Mendonça é um dos maiores apologistas do bar como espaço cultural. Bar, botequim, bodega, espelunca - não importa - é um território neutro (nem sempre), no qual se concentram pessoas à procura de um encontro, de um papo, de um amigo. Já se disse que pela história dos bares de uma cidade se pode contar a história de sua população e, contraditoriamente, raros bares tem sua História (com H maiúsculo) documentada. Abrem, vivem e morrem sem terem a glória de merecerem registros. Nem todos, é claro. Alguns se tornam pontos de referência em contos, novelas, romances.

A vida das enceradeiras e mistérios de Pedro Cobra

Aos que apreciam contos, dois lançamentos expressivos, nas livrarias: "Corações de Cristal ou a vida secreta das enceradeiras" de Bernadete Lyra e "Pedro Cobra" de Umberto Peregrino, ambas publicações da Livraria José Olympio Editora. Bernadete Lyra é uma escritora inovadora a partir do próprio título deste seu livro (84 páginas, capa de Willy, Cr$ 11.200,00), que abre com a citação do poeta Frank Wedekind ("O caminho é como se fosse um tapete de pelúcia - não pedras nem espinhos -/Os meus pés nem tocam o chão.../ Oh, como eu dormi de noite!").

Resgate das crônicas de Gabriel na década de 40

A aceitação que certos escritores conseguem com seus romances, novelas e contos é tão grande que justifica os editores a lançarem em livros, textos avulsos, publicados em diferentes épocas, na imprensa - jornais e revistas. Ganham com isto os leitores interessados na obra do autor, pois assim passam a ter reunidos aqueles textos que, de outra forma, dificilmente conheceriam. Só isto já faz com que se saúde "Textos do Caribe" de Gabriel Garcia Marquez lançados em português, em cuidadosa tradução de Joel Silveira, pela Record.

Márcio, agora com suspense político

Com "Galvez, o Imperador do Acre" o escritor amazonense Márcio de Souza transformou-se num fenômeno literário. Já traduzido para vários países, esta picaresca novela já vendeu 500 mil exemplares - soma que poucos outros escritores alcançaram. Bastante jovem e com intensa atividade editorial, Márcio uniu-se a Maria José Silveira e Felipe José Lindoso e fundou sua própria editora - a Marco Zero - pela qual tem saído importantes títulos.

Murilo, professor do realismo fantástico

"Murilo Rubião escreveu adiantado e publicou escondido", observou certa vez a professora Eliane Zagury. Nada mais verdadeiro. Tendo estreado em 1947, com o livro de contos "O Ex-mágico", o escritor mineiro foi um precursor - ele antecipou em mais de 20 anos à vaga do realismo fantástico, que pela primeira vez daria ressonância mundial à literatura latino-americana, e fama e fortuna a nomes como Gabriel Garcia Marquez, Júlio Cortázar e Jorge Luís Borges.

Dino redescobriu a linguagem proibida

O objetivo inicial de Dino Preti em "A Linguagem Proibida" era o de analisar a gíria como uma das manifestações da cultura popular, num dado momento histórico, a partir de um levantamento significativo do material lingüistico em revistas e jornais humorísticos de cunho popular. No entanto, a descoberta do "Dicionário Moderno" (1903), de Bock, deu uma outra dimensão ao seu trabalho.

Uma reedição dos contos de Cândido

José Cândido de Carvalho passou 25 anos entre o primeiro romance ("Olha para o céu, Frederico", 1939), para o segundo - "O Coronel e o Lobisomem" (1964, primeira edição de O Cruzeiro). Em compensação, depois que esta segunda obra se tornou best-seller (encontra-se agora em 33ª edição), José Cândido animou-se a publicar seus outros textos.

Os best-sellers de Hailey e Konsalik

Se o cometa Halley só aparece a cada 75 anos - e sua próxima passagem pela Terra será em 1986 - o romancista Arthur Hailey é bem mais constante. Escritor de grande regularidade e que elege temas específicos para seus livros - construídos como grandes reportagens - Hailey tem um público seguro em dezenas de países. Agora, depois de quatro best-sellers consecutivos, traz um novo romance com todos os ingredientes que lhe garantem uma fácil aceitação: "Remédio Amargo" (Editora Record, 486 páginas, tradução de Pinheiro de Lemos).

Na Global, o importante é o escritor brasileiro

Não há dúvida: o escritor brasileiro é o centro das atenções da Global Editora durante este ano de 1985. "Aliás", continuará sendo, porque o projeto editorial da Global está todo voltado para a ficção nacional, para a poesia, para a criação do autor deste Brasil" diz, com otimismo, seu diretor editorial, José Carlos Venâncio, acrescentando:

Pelas cartas conheça melhor Mário Andrade

A correspondência de Mário de Andrade (1893-1945) constituiu, ao lado de sua marcante obra, um manancial de informações. Numa época em que se cultuava o hábito da correspondência - hoje raramente mantido sob a alegação do corre-corre da vida moderna e a substituição por outros meios de comunicação instantânea (telefone, telex, agora o videotexto) - o autor de "Macunaíma" era um homem organizado, que jamais deixava de responder uma carta.
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