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Peter Weir

Na gorda safra visual, chegou a Sociedade dos Poetas Mortos

Começa a safra das vacas gordas para os exibidores! Após algumas semanas de indigência de filmes - e em conseqüência também de público - abre-se a temporada do Oscar, trazendo filmes que com o maior marketing faz com que o acomodado espectador, cada vez mais viciado pela TV e vídeo - e também assustado com os preços dos ingressos, a falta de segurança para estacionar veículos no centro e outras razões que levam ao esvaziamento das salas de exibição - prefira cada vez mais ver os filmes na telinha do que no esplendor da tela ampla.

FestRio foi para Fortaleza mas ganhou maior dimensão

Fortaleza "Sociedade dos Poetas Mortos", um dos filmes americanos mais elogiados deste ano (até Paulo Francis enalteceu) acabou sendo o escolhido para abrir, na noite de amanhã, no cine São Luiz, o FestRio-Fortaleza 89 - sexta edição do único festival internacional, classe A, da América do Sul - e que este ano acontece na iluminada capital cearense.

Noite de abertura com poetas mortos

Peter Weir, 45 anos, diretor australiano "Pic-nic na Montanha Misteriosa", 75; "Galipoli", 82), consagrado a partir de "O Ano em que Vivemos em Perigo" (1982) e que posteriormente realizou "A Testemunha" (85) e "Mosquito Coast" (86, ainda inédito no Brasil), é o diretor de "Sociedade dos Poetas Mortos", filme de ambições literárias, estrelado por Robin Williams ("Popeye", "Good Morning, Vietnã"), que interpreta seus alunos a viverem vidas extraordinárias.

Um novo mercado que abre com o cinema em sua casa

Definitivamente consolidado no Brasil, o vídeo-tape trouxe um novo tipo de consumidor cinematográfico: aquele que sem deixar o conforto doméstico recorre às locadoras para assistir aos filmes do momento. Isto porque embora o acervo de muitas locadoras ultrapasse 2 ou 3 mil títulos, 80% dos interessados concentra-se apenas na produção mais recente, muitas das quais lançadas - em cópias seladas ou (principalmente) pirateadas - simultaneamente à exibição dos filmes nos circuitos comerciais.

Apenas uma estréia de maior interesse

Derradeiras oportunidades: hoje, em 5 sessões, no Lido II, a chance de assistir um dos mais políticos e sociais filmes do ano - o emocionante "Minha Terra, Minha Vida" (Country), de Richard Pearce, produzido e interpretado por Jessica Lange - que mereceu indicação ao Oscar como melhor atriz. Infelizmente, mais uma vez, um grande filme tem sua carreira encerrada precocemente, já que o "inteligente" público curitibano ainda continua apenas ligado aquilo que lhe é imposto promocionalmente, incapaz de valorizar obras de arte que não estejam acondicionadas em esquemas pré-estabelecidos.

Uma grande estréia e última chance para ver "O Grito"

Com o Brasil partindo para as quartas-de-final - dependendo do resultado do jogo de ontem, com a França (impossível de prever, quando editávamos esta página), é natural que a programação cinematográfica continue precária - já que é preferível manter os filmes que ainda dão alguma resposta em termos de bilheteria ao invés de fazer chutes fora do gol - isto é, queimar filmes que podem faturar mais a partir de agosto - já que o mês de julho será reservado para as fitas de censura livre, aproveitando as férias.

A opinião dos especialistas

ARAMIS MILLARCH, 42 anos, jornalista: crítico de música e cinema de OESTADO DO PARANÁ e revista QUEM. 1. CABRA MARCADO PAR MORRER, Brasil, 1984, de Eduardo Coutinho. 2. DE VENEZA COM AMOR (Dimenticare Venezia), Italia, 1983, de Franco Brusattí. 3. A ROSA PÚRPURA DO CAIRO (The Purple Rose Of Cairo), EUA, 1985, de Woody Allen. 4. UM HOMEM, UMA MULHER, UMA NOITE (Clair de Femme), França, 1979, de Costa Gravas. 5. O BAILE ( Le Bal) França/Argélia, 1984, de Etorre Scola. 6. UM CASO MUITO SÉRIO (No Small Affair), EUA, 1984, de Jerry Schatzberg.
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