25 anos de atraso
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de março de 1978
É uma pena mas "O Outro Lado Da Meia Noite" (cine Bristol, 2.ª semana) embora seja uma produção de 1977 é um filme que chega com atraso de 25 anos. Explica-se: a sensação que este longuíssimo drama de crime (& paixão) & castigo dá ao espectador mais veterano é a de estar vendo uma daquelas produções da 20th Century Foz (por sinal, a mesma produtora deste) da década de 50, em especial o período 1955/56, quando, um grupo de cineasta menos comportados com as rígidas determinações do Código Hayses, começou a balançar o coreto, abordando temática mais audaciosa (filmes como "A Caldeira do Diabo"/"O Moço da Filadélfia/"Sob o Signo do Sexto", etc).
Realização há tão pouco, com amplos recursos, belos cenários - Paris, Washington e Grécia - "O Outro Lado da Meia Noite" prejudica-se em sua exaustiva metragem, que a partir dos primeiros 40 minutos - onde a sempre fotogênica e maravilhosa Paris aparece com um encontro emocional - começa a perder o interesse, até chegar a um lamentável final. A sensação que se tem frente a um filme como este é de que foi realizado para os cinemaníacos da faixa dos 45 anos levarem seus filhos (as), adolescentes (embora a censura seja de 18 anos), o filme e comentar: "Viu! Eram assim muitos filmes do cinema americano dos anos 50: histórias de amor, com início, meio e fim, cenários bonitos, personagens elegantes e vistosos em ambientes requintados".
O best-seller de Sidney Sheldon, sobre o qual Herman Raucher (o admirável autor de "Houve Uma Vez Um Verão/Ther Sommer Of 42", 71, de Robert Mulligan) e Daniel Taradash trabalharam, no roteiro, já não oferecia muitas novidades, mas a direção de Charles Jarrow, conhecido por razoáveis filmes de intrigas amorosas na história da Inglaterra ("Ana Dos Mil Dias", "Mary, Rainha da Escócia", etc) foi impessoal, insegura, colaborando para o desastre final. De Daniel Taradash, 65 anos, em informar aos mais novos, se tratar de um respeitável roteirista, formado em Harvard e que iniciou no cinema, fazendo o roteiro de um clássico - "Golden Boy" (1938, de Rouben Mamoulian), o filme que lançou também o ator William Holden. Sua carreira de roteirista inclue pontos altos, como "Rancho Notorius" (51, de Fritz Lang), "Férias de Amor" (55, de Joshua Logan) e "A Um Passo da Eternidade" (53, de Fred Zinnemann), que lhe valeu um merecido Oscar. Sua única tentativa como diretor - "No Despertar da Tormenta" (Storm Center, 1956), (filme de idéias liberais, não chegou a despertar maior entusiasmo. Absorvido durante anos na presidência da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, só em 76/77, voltou a trabalhar como roteirista e talvez o fato de ter permanecido tantos anos distante de uma atividade regular no cinema, o fez recorrer a tantos chavões, aprovados por Jarrow, no desenrolar deste "The Other Sido Of Midnight".
Pode-se argumentar, em defesa do filme que é digestivo, tem uma bela atriz - Marie-France Pisier, sensualíssima em algumas sequências e que a trilha sonora de Michel Legrand não poderia ser mais bela (editada em elepe no Brasil pela Phonogram). Concordando-se, assim mesmo as restrições não podem deixar de serem feitas: afinal nem só dos cenários de Paris (sempre uma festa) e com as notas perfeitas de Legram ( sempre competente e inspido) se faz um bom filme. Ajudam a passar o tempo mas não compensam o cansaço ao final das quase 3 horas de projeção.
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UMA empresa constituída exclusivamente de capital nacional -a Gradiente, de São Paulo mas com parque industrial na Zona Franca de Manaus - está conseguindo enfrentar poderosas concorrentes e colocar no mercado de som, aparelhos dos mais sofisticados. Eugênio Emile Staub, superintendente da empresa - e que tem programado uma visita a Curitiba, para breve - revelação hoje dados atimistas, em termos da capacidade da absorção de uma nova linha de amplificadores, tapedecks, receivers e outros aparelhos.
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Com os produtos importados alçados a preços estratosféricos, a Gradiente, com grande competência, vem preenchendo o mercado, mesmo junto aos mais exigentes consumidores. Um de seus lançamentos mais avançados foi o tapedeck CD-3500, com know-how da JVC, uma das grandes marcas americanas. É um tape-deck cassete de carregamento frontal, com abertura do compartimento da fita amortecida hidraulicamente (absoluta novidade do mercado), dois emissores para acusar instantaneamente o nível musical (calibrados em decibéis), cabeça magnética "Senalloy", motor controlado eletronicamente e o sistema Dolby.
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