Acaiaca, Ano III
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de maio de 1976
Há dois anos, Curitiba ganhava uma nova galeria de arte que, mais do que um endereço para badalativas exposições, transformou-se num verdadeiro ponto da vida inteligente da cidade: a Acaiaca. Restaurando parte de um casarão na Praça Garibaldi, 53, ao lado do relógio das flores (nem sempre perfumadas, muito pelo contrário), Jorge Carlos Sade instalou uma galeria onde, somando a sua sensibilidade de pintor com libanesa habilidade de marchand de tablaux e excelente relacionamento nacional, vem promovendo mostras do que existe de melhor e mais expressivos em termos artísticos.
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Sade não se contenta em apenas expor o comercial, o trivial aquilo que se pode encontrar em qualquer parte. Em sua programação consta sempre o trabalho novo, a proposta bem sucedida de artistas criativos e de imaginação. Assim é que artistas da voltagem de Zimmermann, Bia Wouk Rones Dunke sempre encontraram nele o grande estimulador. Mas sua visão não fica apenas na vanguarda, pois também artistas primitivos ou ingênuos - como Tuta, a elegante senhora Niuzete Merhy, também foram por ele revelados.
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Agora, para comemorar o segundo aniversário da Acaiaca, Jorge Sade abre amanhã as portas para a vernissage de José De Dome, sergipano de nascimento (Estância), baiano de Vivência (é personagem de Jorge Amado em "Dona Flor e Seus Dois Maridos") cabo-friense convicto (até nome de rua já é), que espoca a cor, o amarelo do sol, em suas telas e hoje está circulando mundo. Começou a desenhar autodidaticamente a partir de 1953 e há 21 anos expõe no Brasil e no Exterior. Carlos Lacerda disse a propósito de sua pintura. "Penso em José de Dome em termos de amarelo. Suas outras cores parecem um pretexto para justificar o sol.
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