Ah, a Boca...
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de dezembro de 1977
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Dante Mendonça
- Pessoal vamos pra boca que o papo aqui tá fraco.
Assim terminou na noite de terça-feira o jantar anual da "Boca Maldita", presidida pelo "democraticamente insubstituível", bacharel Anfrísio Siqueira.
O que de certa forma, define o comportamento deste tradicional evento: de uma festa que até uns tempos atrás vinha mantendo o seu ar democrático e, sobretudo, ferino, hoje vem se transformando num palco de distribuição de prestígio e até de comendas. Apesar dos esforços em contrário do seu venerável presidente.
Segundo os reais freqüentadores da Boca, é inacreditável o volume de conchavos, acertos e pedidos que deságuam sobre Anfrísio Siqueira, nos dias que antecedem o acontecimento: "Comendador da Boca", hoje, é símbolo de status, de popularidade, de notoridade. E qual o deputado, empresário ou seja lá quem for, que não gostaria de possuir tal "título"?
Mas mesmo assim, é inegável, o jantar da Boca deste ano chegou a ser quase brilhante. O quase vai pelo descontentamento de alguns pelo cardápio - 150 cruzeiros por pessoa - e até pelo orador deste ano - Luiz Geraldo Mazza - pois os que ouviram o advogado Renê Dotti, no ano passado, saíram da festa lamentando. Uns até arriscaram, já na Avenida Luiz Xavier, um comentário típico da Boca:
- O mazza falando sério é um desastre.
FOTO LEGENDA- Comenda para o jornalista Mussa José Assis.
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