A alfabetização de Fruet
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de fevereiro de 1975
Numa das primeiras sessões do novo período legislativo, o deputado Maurício Fruet, 2º secretário da Assembléia, vai apresentar nada menos que cinco projetos-de-lei. Frutos de vários meses de trabalho, iniciados antes das eleições, através de um telefonema a Lisboa, quando começou a tratar do assunto com o arquiteto Airton Cornelsen, os projetos que Fruet apresentará correspondem, na verdade, a um superplano de desenvolvimento turístico do Estado e também de incentivo ao esporte amador. Embora, mineiramente, o parlamentar esteja mantendo em discreto sigilo os detalhes, o fato é que foram preparados com muito cuidado, repletos de dados, mapas, gráficos, legislação específica etc., de forma que estarão praticamente prontos para serem executados. Fruet reconhece que foi graças a sua longa amizade com Airton Cornelsen, ex-diretor do DER, arquiteto com dezenas de projetos construídos na Europa e no Brasil, que conseguiu obter a indispensável colaboração para a montagem dos projetos. Gratuitamente, Lolô - como Cornelsen é chamado por seus amigos - passou muitos dias trabalhando para oferecer ao seu Estado, através do deputado Fruet, planos que se aceitos pelo Governo que toma posse no dia 15 de março, poderão transformar o Estado num centro turístico-esportivo por excelência. E tem argumentos para isto: numa pequena ilha de Angola. Mussula, desenvolveu apenas algumas das [idéias] que agora oferecerá ao Paraná, e como resultado, aquela colônia ultramarina portuguesa aumentou quase dez vezes a sua renda, através de fluxos organizados de turistas internacionais. O conjunto de projetos de Fruet terá o nome, nada modesto, de "Alfabetização do Turismo e do Esporte", e entre outras propostas, estará o aproveitamento do Rio Iguaçu, entre São José dos Pinhais e a BR-277, numa "pista de remo" - em moldes que só existe em Munique, a utilização do rio subterrâneo em Sengés como atração turística: a construção de uma "Marina" (conjunto hotel-barco) e em algum ponto do Estado. Consciente de que não basta apenas falar e sabendo que há muito que a Paranatur já pensa em turismo de forma séria, Maurício e Cornelsen elaboraram os projetos de forma objetiva, indicando fontes de recursos, principalmente fórmulas capazes de permitirem a sua execução, a curto prazo. Um elemento, é a possibilidade de uma fábrica de "Hovercrafts" (barcos de passageiros que circulam sobre um colchão de ar) na Europa colocar algumas unidades, em fase experimental, no litoral paranaense, permitindo rápido acesso a Guaraqueçaba e a Ilha do Mel.
No que se refere aos projetos ligados ao esporte amador, há várias idéias. Uma delas: oferecimento de ótimos prêmios aos atletas, técnicos e clubes que consigam obter boas performances em campeonatos regionais, nacionais, sul-americanos, pan-americanos e mundiais em diversas categorias olímpicas. Isso incentivará a prática de esportes amadores, tão carentes de maior apoio oficial. E virá, em forma concreta, auxiliar a política para que o Brasil desenvolva o atletismo entre os jovens, capazes de obterem melhores marcas nas olimpíadas, onde, há duas décadas, o Brasil faz triste figura e quem tem em Ademar Ferreira o último ganhador de uma medalha de ouro.
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