A arte da flauta
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de abril de 1975
Para quem aprecia a música antiga, dois lançamentos excelentes da CBS, através de sua etiqueta Odyssey: "A Arte da Flauta" com o Grupo dos Instrumentos Antigos de Paris e "Cantos na Corte de França", com o mesmo grupo de Roger Cotte, mas neste destacando a solista argentina-francesa Ana-Maria Miranda.
Roger Cotte, responsável pelo Grupo dos Instrumentos Antigos de Paris, consta que não obstante lendas insistentes, é bem provável que, pelo menos em nossa civilização ocidental, os instrumentos classificados sob o termo "flauta", pelos físicos que tratam de acústica, não tenham entrado na vida musical antes da Idade Média. As diferentes variedades da flauta doce (flageolet galoubet, flauta doce propriamente dita) e flauta transversal (pifano, flauta alemã etc) não surgiram antes do Século XI. Elas foram conhecidas simultaneamente, mas seu emprego relativo varia consideravelmente conforme as épocas e, com enormes diferenças, de país para país.
O Grupo dos Instrumentos Antigos de Paris é formado por Odette Geofre (rebeca, viela de arco), Elena Polonska (harpa medieval, tamboril), Françoise Cossart-Cotte (cravo), Maurice-Pierre Gourrier (corneta, Flauta doce), Pierre Paubon (flauta doce), Jacques Wiederker (violoncelo) e o próprio líder Roger Cotte (flauta doce, larigot/flautim e cromorna). Em "A Arte da Flauta" (CBS, 1111.2), estão reunidos trabalhos anônimos e de compositores diversos (Sebastian Denner, Giovani Giacomo Gastoldi, Rodolph Kreutzer, François Devienne, Haendel, Jean Hottetere etc.) que permitem ao grupo fazer uma reconstituição da evolução da arte da Flauta Doce da Idade Média ao Século XVIII. Em "Cantos na Corte da França" foram reunidos também músicas da Idade Média ao Século XVIII, só que exclusivamente de autores franceses - anônimos ou conhecidos, que mostram seus trabalhos nos palácios reais.
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