Artigo em 18.04.1975
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de abril de 1975
Mais uma tradição da cidade, em seu aspecto comercial, desaparece dentro de alguns meses: o armazém Alex, o último de Secos & Molhados que funciona no centro da cidade (Rua Carlos de Carvalho, esquina Ermilino de Leão) vai cerrar suas portas. O rico comerciante, Bartelmis, que pretende erguer no local um grande edifício. Com isso, Alexis Gid, 65 anos, há 25 estabelecido com um simpático e folclórico armazém de secos & molhados naquele ponto, já recebeu intimação para encerrar suas atividades comerciais.
Apesar da concorrência dos supermercados - que praticamente marcaram o fim da época dos armazens de S&M - Alexis Gid, homem de boa prosa, como é indispensável aos comerciantes do ramo, mantém até hoje uma freguesia fiel, que prefere a sua casa de balcões de madeiras, penduricalhos pelas paredes, numa parafernália de ofertas, do que o self-service. O desaparecimento dos armazéns de secos & molhados já motivou uma interessantes pesquisa do estudante Raphael Valdomiro Grecca de Macedo ("Freguês de Caderno", boletim informativo da FCC nº 8, fevereiro/75), e é um aspecto da vida comunitária que justifica inclusive abordagens de maior profundidade - pois reflete um tempo em nossa cidade. Hoje, dos velhos armazéns de S&M, restam o Armazém Hilário, na esquina das ruas Inácio Lustosa com Trajano Reis, o Fávaro (Rua Anita Garibaldi, 2381, Weigert (Rua Mateus Leme, 158), João Scandelari Filhos (Rua Hugo Simas, 3581) e o Brasil (Avenida Anita Garivaldi, 2956), entre os mais característicos.
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