Artigo em 21.07.1974
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de julho de 1974
Enquanto o alado recurso que o advogado (e candidato ao Senado) Francisco Leite Chaves deu entrada no Tribunal de Alçada, em relação à sentença proferida pelo juiz José Wanderley Rezende, de Arapongas, absolvendo o fazendeiro Miguel Horatich da acusação de apropriação indébita e um bonito papagaio, não é julgado, o acusado, dá novas explicações em relação a ornitológica questão. Esclarecendo que enquanto o seu acusador, Rubens Pânico, reside na Rua Drongo, ele mora na Rua Flamingo (em Arapongas, muito naturalmente, todas as ruas [têm] nome de pássaros), Miguel defende a boa educação de seu papagaio: " Não é tanto falador como disseram e não conhece nem um sonoro palavrão". Como relatamos (O ESTADO, 11/6/74), Pânico acusou Miguel de haver se apropriado de seu papagaio de estimação e levou o caso [à] justiça. O juiz Rezende absolveu o acusado mas Pânico não se conformou e recorreu ao Tribunal de Alçada. Agora Miguel, salientando "não ter inimizade com Rubens Pânico, mas com o qual também não tenho intimidades", dá sua versão dos acontecimentos: "o meu papagaio foi trazido por minha esposa e meu filho caçula da cidade de Santa Isabel do Ivaí, onde reside outro de meus filhos, Antonio Horvatich, agente de estatística naquele município. Tonico deu o papagaio ao seu irmão Paulo, que voltou para Arapongas no dia 18 de dezembro, feliz da vida, trazendo o pássaro. No dia 12 de janeiro de 1973, portanto quase um mês depois, apareceu em minha casa a empregada de Rubens Pânico dizendo que havia desaparecido o papagaio de seu patrão e perguntando se ele não havia aparecido em nosso quintal. Mostramos o nosso, mas a doméstica reconheceu que não era o de Pânico. Miguel Horvatich tem outro argumento decisivo em favor de sua inocência: "a esposa do meu acusador reconheceu no depoimento que prestou ao Delegado e Arapongas, que para evitar que o seu papagaio voasse ela cortou a sua asa direita. Ora, o meu papagaio tem a asa esquerda cortada". Nesta emplumada questão, pode-se já chegar a uma conclusão: muita pena ainda vai voar!
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