Calazans, o editor
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de julho de 1976
Calazans Neto, ao lado de suas atividades como gravurista do primeiro time, dedica-se também, em sua casa-ateliê na Rua das Amoreiras, em Salvador, a editar livros de arte, através da Macunaíma, que fundou há mais de 15 anos, em sociedade com o seu amigo Glauber Rocha (que, após 5 anos de Europa está de volta ao Brasil). E pela Macunaíma, [Calazans] publica livros-álbuns que tem compradores selecionados, espalhados em todo o Brasil e mesmo no exterior.
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Pela Macunaíma já saíram dois poemas-livros de Vinícius de Moraes, um dos maiores amigos de Calazans e, no ano passado, com imagem da Visita que fez a Nova Orleans, em 74, o gravador publicou o álbum "Do Jazz". Agora, Calazans prepara um novo álbum da série "Itapuã", este "Itapuã-Ceu", com lançamento previsto para outubro, em Washington. E, tão logo retorne dos EUA, Calazans quer cumprir um velho desejo: vir ao Paraná para conhecer Foz do Iguaçu e Curitiba.
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A Macunaíma também procura editar novos poetas baianos. Como agora está fazendo com Myriam Fraga, de quem lança o livro: "A Ilha". Com folhas soltas, incluindo 7 gravuras de Calazans, trata-se de mais um livro-arte que, em tiragem de apenas 500 exemplares, se tornará em pouco tempo uma valorizadíssima.
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Pela Macunaíma, é possível que um dos próximos poetas a serem editados seja um curitibano: Jaime Lerner. Que é arquiteto e já foi prefeito. O maior entusiasta pelas poesias de Jaime Lerner é Vinícius de Moraes, que se propôs a fazer o prefácio.
LEGENDA : Calazans, Myriam e casal Fernando Rocha (ele diretor da Fundação Cultural da Bahia).
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