Cher, a que deu a volta por cima, em alto astral
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de setembro de 1991
Um dos maiores exemplos de volta por cima foi o que a cantora Cher (Cherilyn Lapiere, El Centro, Califórnia, 20/05/1946) deu nos anos 80. Identificada apenas como a parceira de Sonny (Salvatore Bono, Detroit, 16/02/1935), numa carreira iniciada em 1964, quando se conheceram num restaurante, logo estouravam um hit - "Baby, Don't Go", iniciando um longo contrato com a Atco/Atlantic. Cher é hoje uma superstar solo.
Nem tudo foram rosas, apesar dos dólares, lantejoulas e sucessos nas paradas. A relação conjugal foi entre tapas e beijos, como Cher contaria há quatro anos, em explosiva biografia, quando já divorciada, explodia como superstar - enquanto Sonny entrava em decadência.
Se juntos apareceram em filmes inexpressivos como "Good Times"(1966) e "Chatsy", Sonny se revelaria notável atriz, fosse em "Come Back to the Five and Dime, Jimmy Dean, Jimmy Dean" (inédito nos circuitos mas disponível em vídeo), "Marcas do Destino" (Mask, 1985, de Peter Bogdanovich) ou "Feitiço da Lua" (Moonstruck, 88), que lhe valeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante.
Musicalmente, a carreira de Cher também só tem evoluído nestes últimos anos, com um repertório de alto nível, canções apropriadíssimas ao seu estilo de cantora show woman, como as que David Geffen soube selecionar para "Love Hurst" (Geffen Records/Ariola), um dos discos interessantes da temporada. Produção esmerada, com os melhores instrumentistas, arranjos perfeitos, Cher inicia com "One Small Step" e "Neme", "When Lovers Become Strangers", "Love Hurts", "Love and Understanding", "I'll Never Stop Loving You"), num repertório no qual parece dizer ao mundo: "Estou feliz e de bem com o mundo!".
E com isto, seus fãs, também ficam!
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