CINEMA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de fevereiro de 1973
Ex-crítico cinematográfico, Peter Bongdanovich, teve sua formação estética-profissional assistindo milhares de filmes. Cultor principalmente do cinema americano das décadas de 30-40, com especial simpatia e admiração, pelas obras de mestres como John Ford (foto) e Howard Hawks, em sua curta - mas expressiva - filmografia, há constantes referencias - claras e propositais - aos cineastas e aos filmes que ele aprendeu a amar. Declarando, inclusive, "que procura fazer filmes como gostaria de ver e os quais não se fazem mais atualmente", Peter passou a entusiasmar a crítica e obter aceitação junto ao público a partir do premiado (com vários Oscars) "A Última Sessão de Cinema" (Cine Scala, dia 15 de março), embora, anteriormente, tenha realizado um policial denso chamado "Projeteis da Morte" (Targets, também inédito em Curitiba). Em "Essa Pequena é uma Parada"(Cine Rivoli), Bongdanovich está a vontade, "na dele" como diriam os jovens: a comédia sofisticada dos anos 30, com um pouco de cinema-pastelão (década de 20) e a contemporaneidade de sutis referencias cinematográficas, que o espectador mais atento percebe em cada seqüência, tudo com um molho de vaudeville. Adicione-se a isto uma presença exuberantemente talentosa como Barbra Streissand - cantando pouco e fazendo rir muito - e mais um elenco de coadjuvantes expressivos, uma trilha sonora marcante e, principalmente, quilos de talento e imaginação, e temos um dos filmes mais agradáveis do ano. Que deve ser visto e revisto sempre com maior prazer.
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