Cinema para Leitura
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de julho de 1988
"Video News" continua a liderar a área das publicações especializadas. Não só por ser a pioneira, mas por ter entre seus editores o mais experiente review da área, Rubens Ewald Filho, que no número 71, nas bancas, faz resenhas de quase 40 fitas seladas que estão sendo lançadas. Entre elas, "A Difícil Arte de Amar", "A Rosa Púrpura do Cairo", "Gremlins", "Apenas um Gigolô". Entre as reportagens, uma ampla cobertura de "Milagro Banfield Ward", de Robert Redford, com a brasileira Sonia Braga (também na capa da revista) e que logo deve chegar às telas brasileiras.
O interesse pelos textos de filmes de sucesso faz com que se faça até adaptações espúrias. Por exemplo, "Querem Me Enlouquecer" (Nuts), de Martin Ritt, produzido, interpretado e musicado (o elepê está sendo lançado pela CBS) por Barbra Streisand (excelente, num papel dramático), foi baseado numa peça de Tom Topor. O roteiro é de Topor, mais Darryl Ponicsan e Alvin Sargent. Ao invés de editar a peça ou o roteiro, a Bertrand Brasil lançou uma novelização, escrita por Claudia Reilly, em tradução de Elsa Martins. Que pouco interesse tem ao cinéfilo mais interessado.
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Margueritte Duras, 74 anos, nome dos mais respeitados do noveau-roman, se apaixonou tanto pela linguagem cinematográfica ao se encontrar com Alain Resnais e escrever o roteiro da obra-prima "Hiroshima, mon amour" (1959), que passou a dividir suas atividades entre a literatura e o cinema. Infelizmente, seus filmes - difíceis e intelectualizados -, são inéditos no Brasil, mas ao menos se conhece seu pensamento a respeito do cinema. Como os que expõe em "Boas Falas/ Conversas sem Compromisso", (168 páginas, record) que reúne várias entrevistas a Xaviére Gauthier.
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