E a "Curitiba" do Polaco está no ar em Los Angeles
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de abril de 1987
"Curitiba" está sendo ouvida em Los Angeles. Não se trata da hoje clássica e ufanista canção que Paulo Vítola, há 16 anos, criou para o "Cidade Sem Portas". É a "Curitiba" de Polaco - Carlos Alberto Oliva, 35 anos, violonista e compositor que há mais de dois anos reside em Los Angeles, estudando na Guitar Institut of Technology, e que começa a ter o seu espaço no competitivo universo musical americano.
Seu irmão, o também compositor (e publicitário), José Roberto Oliva, recebeu o primeiro exemplar do compacto simples que o Brazilian Winds, conseguiu gravar e no qual ao lado de "Sina" (Djavan), há o tema instrumental de Carlos Oliva, ao qual, bairristicamente, deu o título de "Curitiba".
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O disco tem sido apresentado, semanalmente, na KPFK, emissora de Los Angeles, mais especificamente no programa "Sounds Of Brazil", de Sérgio Mielni Czenko, um brasileiro que ajuda a programar a emissora e que trabalha no consulado do Brasil. O disco também é vendido em duas (das 3 mil) lojas de discos de Los Angeles - o que sempre é um começo.
No ano passado, conforme aqui registramos, Carlos Oliva, conseguiu citações nas revistas "Guitar Player" e "Dwon Beat", nas seções referentes a talentos emergentes. De um encontro com uma jovem instrumentista, Rosina Minari, americana de nascimento mas que viveu muitos anos no Rio de Janeiro, nasceu não apenas um love affair, mas também o núcleo do grupo Brazilian Winds, que com ajuda de um manager eficiente, tem se apresentado em diversas casas noturnas e clubes de Los Angeles: Nucleus Nuance (no bairro de Hollywood); Le Café, em Waley e no At My Place, em Santa Mônica.
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Com o compacto abrindo as portas e uma boa agenda de apresentações, o Polaco não tem do que se queixar nesta sua experiência americana. Instrumentista de talento, que soube aproveitar as lições que teve no Brasil com bons instrumentistas e aqui chegou a desenvolver um inteligente trabalho ao lado de Chico Mello e Helinho Brandão, o seu grupo Brazilian Winds está com atuações programadas até junho próximo. Em carta ao irmão José Roberto, conta que as apresentações não têm se restringido aos night clubs da área de Los Angeles. Já foi mostrar a música brasileira em festas e casamentos sofisticados e, num deles, foi procurado, ao final de seu show, por um convidado que estava entre os que mais aplaudiram a apresentação. O convidado era nada menos que George Benson, um dos grandes nomes da guitarra no jazz contemporâneo americano.
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