Alberti, mais um na percussão do mundo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 31 de agosto de 1986
Se Airto demorou mais de 20 anos para voltar a fazer uma apresentação em Curitiba, para Celso Alberti só foram necessários três para aqui retornar.
Curitibano, 29 anos, depois de passar por grupos de bailes, conjuntos de rock, e, ao lado de três outros na cidade (Helinho Brandão, Chico Mello, Polaco) no Ymproviso, Alberti também decidiu seguir o conselho de Maurício Einhor ("A saída para o músico brasileiro fazer sucesso é o portão internacional do Galeão").
Quase simultaneamente a ida de Polaco (Carlos Oliva, guitarrista), Celso Alberti, baterista, também foi para a Califórnia. No começo, as coisas foram difíceis e o próprio green card só agora está saindo, graças ao seu casamento com uma americana de San Francisco, onde reside há algum tempo. Para acertar a documentação, Alberti veio para o Brasil há quase 3 meses e só agora está voltando, com Airto e Flora, com os quais vem trabalhando há mais de um ano - tempo suficiente para uma primeira excursão à Europa, no primeiro semestre, e o retorno, logo mais, para participar do Festival de Jazz de Berlim.
Alto, loiro, com um inglês ainda claudicante - mas suficiente para se fazer entender - Alberti começa a crescer como baterista e percussionista. Em vários momentos do show de terça-feira, no Guaíra, quando Flora estraçalhava emotivamente seu repertório, Celso Alberti, ora na bateria, ora na mesa de percussão, mostrava que tem tudo para, a exemplo do próprio Airto, Nana Vasconcelos, Paulinho da Costa, Laudir de Oliveira, Dom Um Romão e tantos outros brasileiros, fazer o seu som subir no competitivo mercado musical americano.
Enviar novo comentário