De gente & fatos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de outubro de 1985
Roberto Gomes, escritor e editor, está numa semana ativíssima. Segunda-feira, à tarde, no Paiol, estreou a adaptação teatral do livro infantil "O Menino que Descobriu o Sol". Terça-feira, foi a São Paulo, para o julgamento do processo que move contra o cineasta e produtor Guilherme Almeida Prado, que, sem autorização, filmou seu conto "Sabrina de Trottoir e Tacape". Hoje, novamente, em Curitiba, coordena ao lado da também escritora Maria Teresa Lacerda, assessora editorial da Fundação Cultural, a II Feira do Livro, que abre sábado. E na qual Roberto estará lançando novo romance - "Terceiro Tempo de Jogo", destinado ao público adolescente. Através da Criar, da qual é titular, Gomes também edita uma antologia de jovens poetas paranaenses ("Feiticeiro Inventor", coordenação de Hamilton Faria).
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Edson Bueno, ex-militar, cinéfilo feroz, coordenador da Gibiteca, ator e agora lançando-se na direção teatral, além de autor de meia-dúzia de textos teatrais (três dos quais já encenados), foi quem fez a adaptação e direção de "O Menino que Descobriu o Sol", de Roberto Gomes. Iniciativa de Maria Angela Monteiro Raio, responsável pela Biblioteca Sidonio Muralha, a montagem foi feita com um elenco de crianças - Andréa Gandoni, Clarisbel Vieira, Juliana de Oliveira, Patrícia Cristina Gomes, Sidnei de Azevedo e Ulisses Cachumba, todos na faixa dos 9 aos 12 anos. Marinho Gallera criou as músicas, com letra de Roberto, e a [peça], após uma primeira temporada no Paiol (sessões às 19 horas, durante este mês), será objeto de uma remontagem profissional, já com intérpretes adultos.
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Jean Luc Ponty, 42 anos, agradou, em apresentação única, no Guaíra, segunda-feira à noite. Os aplausos mais calorosos foram para o baterista Edward Amory, que fez sensacional solo de bateria, que durou quase 10 minutos. O público - de jovens, especialmente - que vinha aplaudindo discretamente, levantou-se, para, em pé, manifestar admiração pela magnífica exibição. No final, após muita insistência, Ponty e os músicos - Scott Anderson, na guitarra; Edward Amory, na bateria; Walter Afanasieff, nos teclados; e Gary Wilies, no baixo - executaram um número extra.
Embora basicamente eletrônico - e, portanto, um pouco frio, na concepção -, Ponty é um instrumentista de alto nível, exímio violinista, dominando também com segurança os keyboards, sabendo fazer render um espetáculo. Tanto é que, conquanto os ingressos tivessem custado entre Cr$ 120 a Cr$ 80 mil, 90% das poltronas do Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto estiveram lotadas.
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Waldyr Jansen de Mello, 65 anos, aproxima-se cada vez mais da meta que se propôs há três décadas: chegar aos 70 anos como membro de 100 instituições culturais. Desde o "Manual do Candidato a Graduado", obra didática que já está na 50ª edição, até romances recentes, Waldyr, homem de muitos títulos (coronel da reserva, professor, engenheiro, advogado, filósofo, etc.), tem feito inúmeras publicações. E, como sócio efetivo, honorário ou correspondente tem sido aceito em academias, centros culturais, associações literárias, etc. em todas as partes do Brasil. Também [coleciona] medalhas e títulos. Agora, acaba de tomar posse como "membro imortal correspondente" na Cadeira Vitalícia nº 2 da Academia Feirense de Letras, em Feira de Santana, segunda cidade da Bahia, a 107 quilômetros de Salvador. Depois da glória literária, Waldyr e a esposa foram repousar no Club Mediterranée. Onde, aliás, já começou a pensar em novo romance - desta vez um tema policial. Este ano, Waldyr deverá merecer ainda mais 5 distinções literárias.
LEGENDA FOTO 1 : Ponty: bom público
LEGENDA FOTO 2 : Gomes. muita atividade
LEGENDA FOTO 3 : Waldyr: muitos títulos
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