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"Moto Perpétuo" surge como a surpresa pop do fim de 74. Há 4 meses atrás, quando os cinco integrantes do conjunto entraram nos estúdios da Sonima para gravar seu primeiro LP, poucas pessoas sabiam da sua existência. Mas há mais de 8 meses que Guilherme Arantes (teclados e vocal), Diogenes Burani (bateria), Cláudio Lucci (violão, céllo e vocal), Egydio Conde (guitarra) e Gerson Tatini (baixo), tendo ao lado o empresário e produtor Moracy do Val, vinham ensaiando uma média de 10 horas por dia numa velha casa escondida no bairro do Brás, na capital paulistana. Trabalho pronto, o grupo entrou em estúdio e gravou seu primeiro LP. As poucas pessoas do meio, sobretudo da área pop, que assistiram a algumas das sessões de gravação, ou que ouviram posteriormente a fita, ficaram impressionadas com o alto nível do "Moto Perpétuo", que se saída já se coloca entre os grupos instrumentais e vocais do País. O LP traz somente composições e arranjos do próprio conjunto, especificamente composições de Guilherme e Cláudio. Dentre as faixas estão "Mal o Sol", "Verde Vertente", "Matina", "3 e Eu" e "Turba", temas que refletem, em sua maioria, a problemática da vida agitada da cidade. Guilherme Arantes assim resume o trabalho proposto pelo "Moto Perpétuo": "Trata-se de uma música popular que teve origem na mesma camada social que pretende, a principio, atingir. Não tem como norma a critica, mas sim o enfoque analítico despretensioso, dos problemas e do raciocínio urbanos, dentro da cidade grande ou fora dela. O importante é o raciocínio urbano. Não apresenta diretamente (talvez muito longinquamente) o folclore e não se gaba nem se envergonha disso, muito provavelmente porque quer se basear no "folclore da cidade". Não se limita a ser um gênero musical-literário, a ser bolero, xaxado, rumba, guarânia, soul music, blues, muito menos apreciando ser taxada de Rock, nem se acomodando dentro do gênero Pop". "The Yes Álbum", que a Continental está lançando em todo o Brasil, foi o terceiro disco lançado pelo fabuloso grupo Yes. Gravado ao vivo em 1970, durante uma apresentação no Lyceum, de Londres, o Yes contava então com John Anderson (vocais e percussão), Chris Squire (guitarra e vocais), Tony Kaye (piano, órgão e moog), Bill Bruford (bateria e percussão e Esteve Howe (guitarra e vocais), que acabara de entrar no grupo (Wakeman só estaria no grupo em "Fragile"). Na seleção, temos "Yours Is No Disgrace", "The Clap", "Starship Trooper" (com 3 movimentos: "Life Seeker", "Desillusion" e "Wurm"), "I'Ve Seen All Good People" (com 2 movimentos: "your Move" e "All Good People"), "Aventure" e "Perpetual Change", todas elas compostas e arranjadas pelo próprio grupo, que desde o inicio tem seguido a premissa estabelecida por Bill Bruford, em 69: "Música é o único dialeto que conhecemos. Musica arranjada, mas sempre com um elemento de surpresa". Os 2 primeiros foram "Yes" e "Time And A Word". Depois vieram "The Yes Álbum", "Fragile", "Close To The Edge" e "Tales From Topographic Oceans", o mais recente. CROSBY, STILLS, NASH & YOUNG SO FAR. Quando Crosby, Still, Nash & Young tomaram a decisão de voltar a cantar juntos, há poucos meses atrás, não foi por mero acaso: eles tinham ( e tem) muito ainda para mostrar em musica. E a intenção foi acompanhada de aplauso nas diversas cidades e universidades em que o famoso quarteto se apresentou, a acolhida não poderia ter sido maior. O mito, que teve sua face resplandecente em Woodstock, ressurgiu ao mesmo tempo vivo e integro. Por isso, é oportuno este lançamento da Continental de Crosby, Stills, Nash & Young "So Far" - que, como o próprio nome indica ("Tão Distante"), revive os maiores sucessos do quarteto vocal -instrumental. Remontamos assim, em "So Far", a época de "Deja Vu", "Wooden Ships", "Suite: Judy Blue Eyes", "Woodstock", "Teach Your Children" e outras. LEGENDA FOTO 1 - Moto Perpétuo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
10
15/03/1975

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