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Aramis

Fotonovelas

Como os brasileiros - ou melhor, as brasileiras, gostam muito de ler telenovelas, um grupo local resolveu pagar para ver se em Curitiba há condições de emplacar uma revista especializada para os consumidores deste tipo de publicação: "Chegou", em seu número zero, de março/75 já está sendo testado nas bancas. Um esquema de fácil agrado popular fotonovelas, fofocas do rádio, televisão e cinema e algumas informações turísticas, mais a programação das estações de tv do Paraná e Santa Catarina, formam a receita desta nova publicação em seu número experimental com capa em cores, lançando a modelo Maria Aparecida. Analisando-se os boletins do Instituto Verificador de Circulação pode-se perceber a receptividade que as revistas de fotonovelas tem em todo o País, na venda avulsa. "Capricho", uma das mais antigas (perde para "grande Hotel", da Editora Vecchi, a pioneira) publicações da Editora Abril, venda quinzenalmente 273.050 exemplares (4o trimestre/74) e em todo o País tem apenas três assinaturas. Utilizando principalmente fotonovelas produzidas na Itália, "Capricho" não deixa de também vender em Portugal e nas colônias ultramarinas, num total de 11.186. Existe, inclusive, um anônimo assinante em alguma parte do território português. No Paraná, há uma venda de 16.679 exemplares de "Capricho" por quinzena, 4.640 dos quais em Curitiba. Super Novelas Capricho que circula também quinzenalmente tem uma venda paga de 104.903 exemplares, existindo apenas dois assinantes em todo o País. "Ilusão", mais nova e com um esquema um pouco diverso, atinge quinzenalmente 108.319 exemplares, 1.967 dos quais colocados no Exterior. Por último, "Noturno", mensalmente é adquirido por 72.007 pessoas. São dados que mostram o que o povo, em especial o sexo feminino, gosta de ler. E que já motivaram inclusive uma interessante tese universitária de uma professora paulista, que por ocasião de sua edição (Vozes, 1973), foi, exaustivamente, aqui registrada. Xxx A alta cúpula do grupo Delden - Gerrit, Hendrik e Gerrit Júnior - está sendo aguardada na próxima segunda-feira, para a inauguração da nova unidade fabril, na Cidade Industrial. A recepção será à noite, no Country Clube e o convite distribuído pelo escritório desta nova industria têxtil que começa a operar em Curitiba, é impresso em português e alemão, acompanhado de um luxuoso álbum em papel da melhor qualidade, com textos em cinco idiomas, contando o crescimento da industria que foi fundada há exatamente 100 anos (5 de abril de 1875) na cidade de Gronau/Westfalia, RFA. Apesar de todas suas recusas, o bom Poty acabou sendo internado ontem no Hospital Cajuru, onde permanecerá em observação por alguns dias. A queda do sótão da velha residência da família Lazarotto na avenida Capanema, quando parte do soalho desabou ao meio dia de quinta-feira provocou a fratura de duas vértebras do artista. Assim, ontem à noite, seu parceiro e amigo Valencio Xavier Nicluicheff, 41 anos, autor dos textos de "Curitiba, de Nós", autografou sozinho o belíssimo álbum, editado pela Fundação Cultural. Para aprontar os primeiros 500 (da edição de 2 mil) exemplares deste livro nostálgico sobre uma Curitiba que já não mais existe, a equipe da Digetal sob o comando do técnico Hermes Asthor Soethe, trabalhou toda a madrugada de sexta-feira. A Cr$ 50,00 o exemplar, "Curitiba, de Nós" deverá esgotar-se em pouco tempo, pois se trata, sem favor nenhum do melhor livro ilustrado já publicado no Paraná. E um presente ideal que as grandes empresas e entidades podem oferecer à visitantes ilustres aos quais desejam mostrar aspectos mais humanos de nossa cidade. Pena que pela pressa da edição, não tenha sido providenciado um encarte em inglês, para os estrangeiros poderem entender melhor as palavras que Valêncio encontrou para os perfeitos desenhos do bom Poty.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
15/03/1975

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