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Aramis

Em todas as rotações... Em todas as direções...

Na próxima sexta-feira, no gabinete do professor Roberto Parreiras, coordenador do Plano de Ação Cultural do Ministério da Educação e Cultura, no Rio de Janeiro, a diretoria da Associação dos Pesquisadores da MPB, mais o jornalista J. Ramos Tinhorão, reune-se para discutir um grande projeto: levantamento da discografia brasileira e planejamento do dicionário enciclopédico da MPB. Duas antigas idéias que agora, com apoio oficial, poderão ser concretizadas, graças ao entusiasmo de Maria Alice, assessora do MEC para a área de música popular. xxx Durante a semana passada, em São Paulo, nos estúdios da Continental, o Samjazz Quintet gravou seu quarto elepê. Formado há sete anos, do núcleo original do Samjazz Trio (Hiltom Alice, piano; João Chiminazzo Neto, bateria e Norton Morozowicz, flauta) que em 1967, venceu a I Jam Session do Paraná (no Santa Mônica Clube de Campo), o quinteto há anos formado por Célio (guitarra), Nelson (baixo), Carlos (bateria), Paulo Chaves (crooner) e Hiltom (piano e líder) fêz o seu primeiro elepê, na Continental, em 1968 voltando a gravar novos discos em 1969 e 1970, além de um compacto, com "Yesterday my yester you, yesterday", com vocal de Nelsinho, que vendeu 25 mil cópias só em São Paulo. Após um intervalo de cinco anos, o Samjazz Quintet volta a gravar, graças principalmente ao entusiasmo de Arnaldo Heynz, divulgador daquela fábrica em Curitiba. Ao contrário dos 3 lps anteriores, desta vez o repertório será com algumas músicas brasileiras, inclusive quatro sambas de Lapis/Paulo Vitola ("Onde ela mora", "Lençol de Flores", "Silêncio", e "Amor na manhã de sol") um de José Roberto Oliva ("quarta-feira"), e outro de Celio Malgueiro/Renato Popsil ("Talvez"). Há também duas composições, com letras em inglês (sic) do crooner Paulo Chaves, em parceria com Mário Gonçalves: "Cry, baby, cry" e "Only I konow". O produtor Wilsom Miranda, para completar o disco, inclui quatro hits internacionais. Enfim, não deixa de ser um progresso o fato de ao menos 50% do repertório ser com músicas de compositores do Paraná. xxx Uma nova etiqueta surge na praça: Ellus de Som-Edições e Produções Fonográficas (Rua Clodomiro Amazonas, 786, São Paulo). Dois jovens empresários, no setor de confecções, aproveitando o fato de viajarem mensalmente a Londres, Paris e Nova Iorque, trazendo em cada viagem os "hits" da música pop, decidiram editá-los no Brasil e assim sai a série "Ellus Sound nº 1", que começa com a seguinte seleção: "We All in fall in love", com o grupo Sometimes; "The porud one", com Wrighley Family; I'll play for you", com Stamps & Posters; "Walk on by" (Bacharah/David) com Diana Washington; "Yesterday" (Richard Carpenter) com Barbra Essex; "One of these nights", com Whole Gang; "Attittude dancing" (Carly Simon), com Jessie Winter; "Mexico" (James Taylor) com Billy Concert, "Hey you", com Needles; "Heavenly" that a what you are"(Barry White), com John Dimple e "Treat Her Gently Lonely Old People" (Paulo McCartney) com Larry Juice. Há inclusive, uma vocalização em arranjo pop de um clássico da MPB: Glória Thomas cantando "Aquarela do Brazil" (com "z") de Ary Barroso. xxx Um novo grupo vocal-instrumental, possivelmente do Sul (na contracapa não há a menor informação) é lançando pela Chantecler: "Os atuais". Numa modesta produção, aparecem cantando músicas próprias ("Carolina", "Algo estranho", "Enamorado" e "O Baile", de Santino Ferreira; "Não fale nada" "Vem baby", "Desejo de amar", de Reny de Oliveira; "Senhor do Bonfim" e "Rosa Maria", de Ivar Costa; "Juliana" de Acilio Silva, etc.), além de uma versão - "Tarde de domingo", de Adamo, que dá título ao elepê. xxx Sarah Vaughan, em sua recente temporada no Brasil, foi recebida pelo bom amigo poeta e produtor Herminio Bello de Carvalho em seu apartamento, no Rio. Pretexto: fazê-la encontrar alguns dos melhores músicos brasileiros, especialmente Milton Nascimento e João Bosco. Estiveram presentes, ainda: o guitarrista uruguaio Oscar Cáceres e os compositores Maurício Tapajós, Toninho Horta, Vital Lima, Ronaldo Bastos, e Aldir Blanc. A propósito HBC foi convidado para roteirizar o show "O Rio amanheceu cantando" que contará a vida de João de Barros, o Braguinha. Participação segura de Elizabeth Cardoso, MPB-4 e Quarteto em Cy. xxx Simone, uma das mais vigorosas cantoras brasileiras, concluiu novo compacto na Odeon: "Fotonovela" (Nei Lopes/Renato Barbosa), "Trio cruzado", (Nelson Angelo), "Samba pro João Gilberto" (Maurício Tapajós/Paulo César Pinheiro), e o imortal "Matriz ou filial" criação de Jamelão. Herminio Bello de Carvalho e Milton Nascimento produzirão, juntos, o próximo lp de Simone. LEGENDA FOTO - Herminio & Sarah
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Nenhum
31
12/10/1975

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