Geléia Geral
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de agosto de 1988
Chuck Berry não virá mais para o IV Free Jazz Festival (Rio, a partir do dia 1º de setembro), no qual seria uma das estrelas maiores. Entretanto, Monique e Silvia Galdsberg foram ágeis e conseguiram uma substituta a altura: a excelente Nina Simone (Eunice Waymon), 55 anos, cantora que começou cantando gospel em ofícios religiosos mas que transita, há 30 anos, em vários gêneros. Voz personalíssima, na grande tradição das vocalistas, Nina Simone se tornará, por certo, agora mais conhecida no Brasil, o que faz com que a Polygram tenha acertado na mosca ao programar - antes mesmo de saber que ela viria - a edição do álbum "Don't Let Me Be Misunderstood", gravado ao vivo, durante apresentações que fez na Holanda. São 16 temas, de várias épocas - que vão de "Je ne me quitte pas" (Jacques Brel) a "Wild is the wind" (Ned Washington/ Dmitri Tiomkin), do filme "Fúria da Carne" que Simone absolutamente genializa em sua leitura. É o caso de se dizer: ouça o disco e, se possível, vá assistir Nina ao vivo. Ou ao menos na televisão, pois alguma coisa de suas performances deve sobrar para as emissões televisivas após o Festival.
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Um dos precursores do punk, Iggy Pop (James Jewel Osterburg), 41 anos, ex-The Iguanas, ex-The Prime Movers, ex-The Stooges - que formou com os irmãos Ron e Scott Asheton - está na estrada há mais de 20 anos. Marcando suas apresentações pela agressividade e erotismo, Iggy esteve envolvido em drogas e ressurgiu graças a "Raw Power", álbum heavy metal produzido por David Bowie. Agora, parecendo um pouco mais comportado - mas assim mesmo com um som estridente e, naturalmente, heavy metal, sai no Brasil o seu elepê "Instinct" (A&M/Polygram), com músicas próprias.
LEGENDA FOTO: Iggy Pop: temporada em São Paulo e novo disco na praça.
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