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Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de março de 1974
Há alguns anos, ao pesquisarmos a literatura paranaense para uma reportagem na revista "Panorama", ficamos conhecendo melhor uma mulher notável chamada Helena Kolody. Professora do Instituto de Educação do Paraná por mais de 20 anos, onde ensinou para várias gerações de normalistas - hoje mães e avós, inspetora federal do ensino secundário e, principalmente poeta de rara sensibilidade, Helena Kolody construiu ao longo de 30 anos uma das mais sólidas obras de nossa incipiente literatura. Se no Paraná existem centenas de senhoras que, em seus momentos de ócios, gostam de praticar o bobby de poetar há, em compensação pouquissimas poetisas realmente de sensibilidade e cultura, capazes de transmitirem em seus versos a visão do mundo. E entre elas, sem dúvida o nome de maior peso é o Helena Kolody, com uma obra que, sem exagero pode ser quase comparada a de Cecília Meireles (1909/1964) e que está a espera de que algum de nossos críticos literários, faça uma análise série e profunda. Por isto, hoje, ao entardecer quando tomar posse na cadeira n.o 2 da Academia Feminina de Letras do Paraná, cuja patrona é a também professora Júlia Wanderley (1874/1918), Helena Kolody está tendo mais uma das muitas homenagens que merece, como nome de maior importância de nossa literatura - até hoje não valorizada em toda sua extraordinária dimensão de criadora de uma poesia paranaense, atual, corajosa e de profunda sensibilidade registrada em seus 11 livros: "Paisagem Interior"(1941), "Música Submersa" (45), "A Sombra no Rio" (51); "Poetas Completas (62); "Vida Breve" (64);
"20 Poemas" (64); "Era Especial/Trilha Sonora" (1966); "Antologia Poética" (61) e" Tempo" (70).
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