GENTE
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de fevereiro de 1973
Há menos de um mês, Nonato Bunar (foto) foi noticia de primeira pagina em vários jornais do País, ao denunciar o compositor-instrumentista latino-americano Santana, de ter gravado uma de suas músicas mais conhecidas - o tema central da telenovela "Verão Vermelho", no lp "Caravan'Serai", sem citar o seu nome. Hoje, Nonato não gosta nem de falar no assunto: "O Santana, quando veio ao Brasil, ficou toda uma noite em minha casa ouvindo minhas musicas. Cheguei a lhe propor parceria, mas não esperava que ele fosse gravar uma musica sem mencionar o meu nome. E, com isto, em direitos autorais perco mais de Cr$ 200 mil". Mas este aborrecimento não tirou o bom humor "sobretudo a arte de aproveitar a cada momento da vida", como dizia no último fim-de-semana que passou em Caioba, a convite de seu amigo (e futuro parceiro musical) Heitor Gurgel do Amaral Valente, assessor de imprensa da Reitoria. Nonato veio a Curitiba para conhecer os auditórios da Reitoria e o Teatro do Paiol, onde estará fazendo espetáculos em abril. Maranhense há 20 anos na Guanabara, mais de 70 sucessos em 600 gravações diferentes. Nonato dividiu com Tiberio Gaspar a responsabilidade do movimento "Pilantragem", fase que hoje ele acha superada ë que no final me foi prejudicial". Um dos poucos amigos íntimos de Antônio Carlos Jobim. Nonato deixou também de compor musicas para telenovelas pôr não concordar com o esquema utilizado atualmente. Está dedicando-se a um trabalho mais sério - que pode ser observado no lp "O Primeiro Retrato" (Tapecar 1972) e preparando espetáculos de boa musica popular, como o que apresentou recentemente no Hotel Sheratom em Buenos Aires e que os curitibanos poderão aplaudir dentro de um mês, quando atuar na Reitoria, acompanhado pela Sinfônica da Universidade Federal do Paraná.
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