Dia 8 poeta Gullar estará na Reitoria
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de julho de 1984
O poeta Ferreira Gullar estará dia 8 de agosto no auditório da Reitoria. Vem participar do projeto "Encontro Marcado", promovido pelo jornalista Arakem Távora e Fundação Pró-Memória. Após interrupção de 45 dias devido a greve dos professores - o projeto será retomado, já com bons nomes de nossa literatura programados. Depois de Ferreira Gullar virão Nelida Pílon, Antonio Torres, e Thiago de Mello. Dentro de algumas semanas, Arakem vai gravar um tape com o escritor Jorge Amado, que está terminando um novo romance (e para tanto está éxilado" na casa de inverno de editor, Alfredo Machado, em Petrópolis). Jorge Amado participará de algumas etapas do projeto "Encontro Marcado", havendo possibilidade de suas vinda a Curitiba - cidade que há mais de 20 anos espera por sua visita.
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Ferreira Gullar ( José Ribamar Ferreira, São Luis do Maranhão, 10 de setembro de 1930) foi definido por Vinícius de Moraes como "o último grande poeta brasileira". Sérgio Buarque de Hollanda, na apresentação da antologia "Toda Poesia" (3º edição, Civilização Brasileira) afirmou que em Gullar "a voz públicou não se separa em momento algum de seu toque intimo. De seu timbre pessoal, de esperanças e desesperanças, das recordações de infância numa cidade azul, evocada no meio de triste exílio portenho".
Gullar terá muito a falar aos jovens. Poderá lembrar sua experiência no Centro Popular de Cultura, de que era presidente quando sobreveio o golpe militar em 1964. A partir de 1962, a poesia de Gullar reflete a necessidade moral de lutar contra a injustiça social e a opressão. Ele começa suas experiências poética com poemas de cordel e, mais tarde, reelabora sua linguagem até alcançar a complexidade dos poemas que constituem "Dentro da noite veloz"(editado em 1975). Em 1964 publicou o ensaio "Cultura posta em questão" e, em 1969, "Vanguarda e subdesenvolvimento", em que propôs um novo conceito de vanguarda estética.
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