Gerônimo, mais um baiano bem sucedido
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de julho de 1990
Gerônimo é mais um baiano que emplacou com seu estilo alegre, vibrante, trazendo músicas de fácil aceitação. Como em Salvador, as emissoras dão 90% de seus espaços aos artistas da terra, Gerônimo vendeu o suficiente para merecer maiores investimentos, o que a EMI/Odeon faz agora dando uma produção cuidadosa ao seu novo elepê ("Dançarino"). Gerônimo começa com uma audaciosa parceria com o poeta Gregório de Mattos (Salvador, 1623 - Recife, 1969) [?], em cuja poesia o sambista foi buscar inspiração para "Epílogo", traduzindo uma crítica a atual desastrosa administração municipal da capital baiana:
"O que falta nesta cidade... verdade
Por mais que sua desonra... honra
Falta mais que se lhe ponha... vergonha".
Com diferentes parceiros ou sozinho, Gerônimo fala de amor, de encontros, de sua cidade, e homenageia inclusive Carlinhos Brown com a inclusão de "Appele Abaeté". O momento social fica por conta de "Aos Trabalhadores por Direito" e, como não poderia deixar de fazer, enaltece o maior dos autores baianos, Dorival Caymmi, com uma regravação da eterna "Maracangalha" - que em sua simplicidade conquistou o Brasil há 34 anos passados.
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