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Aramis

Guarnieri e a televisão

A exemplo de Dias Gomes e Jorge de Andrade, a televisão brasileira conseguiu atrair mais um respeitadíssimo dramaturgo: Gianfrancesco Guarnieri, 41 anos, renovador do teatro brasileiro a partir de 1958, com "Eles Não Usam Black-Tie" e que ao lado de seu amigo Augusto Boal introduziu o sistema Coringa no teatro latino-americano, através das peças "Arena Conta Zumbi" e "Arena Conta Tiradentes". Trabalhando atualmente na conclusão de sua primeira telenovela - "Os Filhos do Sol", Guarnieri defende a presença do intelectual na televisão brasileira: - Este é o momento da verdade. Ninguém pode negar a televisão como elemento de comunicação e cabe a quem sempre se preocupou em levar a cultura ao povo aproveitar a bem remunerada chance que se oferece para desenvolver um trabalho destinado a atingir o mais intenso público já sonhando por um autor. Mesmo sem abandonar o teatro - "Um Grito Parado no Ar" que teve sua estréia nacional no Guaíra, há mais de um ano, só encerrou sua carreira domingo passado, em São Paulo, após 415 apresentações, Guarnieri está entusiasmado com o seu trabalho em televisão. Além da telenovela - que contará a história de uma família de emigrantes do Interior de Minas para São Paulo, num roteiro capaz de lembrar "Rocco e Seus Irmãos", de Luchino Visconti está também coordenando uma série de especiais "todos com textos de autores brasileiros e problemática contemporânea e urbana para facilitar a compreensão e identificação com a maior faixa de espectadores". Mas o grande caminho para a comunicação no palco é ainda o musical na opinião de Guarnieri, elogiando a experiência de "Cidade Sem Portas", que assistiu no Paiol, em abril de 1973, orgulha-se de ter sido um dos pioneiros na fórmula canção/ação a partir de "Zumbi", onde teve a colaboração de Edu Lobo. Depois de alguns bem sucedidos trabalhos com Toquinho ("Botequim", "Um Grito Parado no Ar"), com um texto inédito ("Basta"), Guarnieri projeta um musical diferente, para estrear ainda este ano. E o sucesso de "Um Grito" o faz considerar com muito carinho a possibilidade de promover este novo lançamento também em Curitiba. Sobre o seu último sucesso, faz uma importante revelação: "A peça foi escrita num estado: comecei às 22 horas e só parei às 11 horas do dia seguinte. Com minha mulher, Vânia, ao meu lado, que foi a única pessoa com quem fiz comentários. E praticamente este foi o texto montado". LEGENDA FOTO - Guarnieri
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
07/06/1974
Gostaria , se possivel , ter acesso ao texto BASTA , onde posso encontra-lo? desde ja agradeço!!

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