Teatro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de abril de 1973
E estréia nacional de "Um Grito Parado no Ar" (Teatro Guaíra) mais a última semana em cartaz de "Cidade Sem Portas" (Teatro do Paiol) são motivos eficientes para fazer com que muitos compareçam a estas duas casas de espetáculos, substituído os insonsos programas cinematográficos por dois espetáculos do melhor nível. "Cidade Sem Portas", a melhor encenação teatral feita em Curitiba em 1972, provou a existência de uma imensa faixa do público que, se motivada com inteligência, não deixa de prestigiar um espetáculo inteligente e agradável. A prova disto está que após uma temporada de 30 dias no final do ano passado, a peça de Adherbal Fortes de Sá Júnior com músicas de Paulinho Vitola (foto) voltou ao cartaz e, por mais um mês, está registrando casas lotadas todas as noites. Já "Um Grito Parado no Ar" de Gianfrancesco Guarnieri, se constitui num espetáculo de nível, que tem sua estréia nacional em nossa cidade. Guarnieri, um dos mais férteis autores brasileiros, retoma aqui a sua temática urbana que desenvolveu, 10 anos atrás, em suas primeiras obras: "Eles não Usam Black-Tie", "Gimba" e "A Semente". Com a direção de um dos mais competentes e honestos profissionais, Fernando Peixoto (ex-Oficina), músicas de Toquinho (a direção musical é de Paulinho Nogueira) e um elenco liderado por Othon Bastos e Martha Overbeck, "Um Grito Parado no Ar" se constitui num espetáculo de visão abrigatoria nesta semana.
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