"Highlanders", um filme para consumo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de março de 1987
Não faltou nada em termos de marketing. Há violência, ação, romantismo, viagem pelo tempo e até uma perseguição automobilística - fórmula que desde "Bullit" os produtores julgam indispensável para um filme ter boa bilheteria. Na primeira seqüência há até uma luta de boxe. Crimes, cabeças decepadas, belas paisagens e uma história de amor que atravessa 4 séculos.
Apesar de todo este esquema feito para o consumo - "Highlander - O Guerreiro Imortal" (Cine Condor, desde quarta-feira) é um filme surpreendentemente agradável. Como disse Ely Azeredo, crítico de "O Globo", o gênero fantástico, a aventura épica, o thriller violento se misturam em uma história que atravessa quatro séculos e vai da Escócia medieval à Nova Iorque de 1986.
Ao contrário da maioria dos produtores que preferem trabalhar exclusivamente com diretores e escritores consagrados pelas bilheterias, Peter Davis e William Panzer acreditam em talentos novos. Assim confiaram a direção desse filme de US$ 14 milhões a Russel Mulcahy, novato em cinema, vindo de vídeos musicais. E a história original é de Gregory Widen, que a escreveu como trabalho de estudante de cinema em UCLA.
"Highlander" lida com um elemento raro nas produções modernas: imortalidade. Os três principais personagens possuem esse dom e só podem perdê-lo em caso de decapitação. São Connor MacLeod (Christopher Lambert, o Tarzan de "Greystock"), um bravo das Highlands da Escócia; Juan Ramirez (Sean Connery), nobre espanhol que se torna seu amigo e Kurgan (Clancy Brown), temível guerreiro.
A história de "Highlander" é fascinante, os efeitos especiais são brilhantes e a trilha sonora (do grupo Queen) já é uma atração à parte para a garotada. Enfim, há todos os ingredientes para transformar esta superprodução num cult-movie de consumo e estender sua permanência no Condor por várias semanas.
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