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CEP diz não à saída dos seus quadros para o MAP

Presidente da Associação de Pais e Mestres do Colégio Estadual do Paraná, o advogado Anfrísio Siqueira não aceita a decisão da secretária Suzana Maria Munhoz da Rocha Guimarães em "requisitar" a transferência das telas de pintores paranaenses que fazem parte do acervo do centenário estabelecimento. Na semana passada, Anfrísio já municiou suas metralhadoras verbais contra esta proposta da Secretaria da Cultura em limpar as salas do Colégio Estadual para recolher valiosas telas de mestres da pintura de nosso Estado que há décadas ali se encontram. xxx Na pressa de inaugurar politicamente o discutível Museu de Arte Paranaense, ocupando duas salas do velho Palácio São Francisco, a secretária Suzana Guimarães está preocupada em conseguir o mínimo de acervo para esta nova unidade com abertura prometida para o próximo dia 11. Não passam de 120 as telas de artistas paranaenses possíveis de serem requisitada para o novo Museu e assim mesmo "limpando-se" as paredes de vários organismos - Secretarias de Estado, Escola de Música e Belas Artes, Colégio Estadual, etc., nas quais as mesmas se encontram. A secretária Gilda Poli - da Educação, teria autorizado a transferência do acervo das unidades subordinadas a sua pasta, para o Museu. O que a "tia" Gilda não conhece é o poder de fogo de Anfrísio Siqueira, que além de presidir a Associação de Pais e Amigos do Colégio Estadual do Paraná é o respeitado presidente perpétuo da Boca Maldita. Paranaense de profundas convicções, ex-aluno do antigo Internato Paranaense, Anfrísio - como muitos outros - não engoliu a proposta de se criar mais um museu na cidade (apenas para fins políticos em sua inauguração) e assim ameaça até promover manifestações públicas em defesa do patrimônio artístico Estadual. Não está fora de cogitação formar uma barreira humana, com alunos e pais cercando o colégio para impedir a retirada de qualquer quadro ali existente. Cobertura jornalística para tanto não faltará. xxx Suzana Guimarães, que como Secretária da Cultura procurou ter uma administração dinâmica, não esconde, obviamente, sua preocupação com mais esta manifestação, contrária a sua disposição de transformar o Palácio São Francisco num novo museu da cidade. Afirma a amigos que tal como no passado o seu pai, o inesquecível estadista Bento Munhoz, foi criticado ao planejar e executar o Centro Cívico, o Teatro Guaíra e mesmo a Biblioteca Pública, o futuro lhe fará justiça. Um exemplo mais recente também lembrado por assessoras de Suzana é o do ex-prefeito Jaime Lerner, que, quando de sua primeira administração, foi incompreendido ao transformar a Rua XV de Novembro em uma via para pedestres. Hoje, todos se orgulham de nossa Rua das Flores.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
17
06/03/1987

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