Iluminado FOCUS
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de abril de 1975
Dentro da música pop européia, fora da Inglaterra, um dos grupos mais importantes é o Focus. Ao lado dos inéditos (no Brasil, é claro) Shocking Blue e Golden Earring, o Focus forma a trindade básica da música contemporânea jovem nos Países Baixos, desenvolvendo um trabalho que, sem grande erro de aproximação, pode ser classificar de rock sinfônico. Formado pelo guitarrista e baixista Jan Akkerman, cantor e baixista Cyriel Havermans, baterista Pierre van der Linden e organista e pianista Thijs van Leer, em 1972, com o seu lp "Moving Waves" já eram considerados pelos críticos ingleses com o "o melhor grupo pop do Continente". Nestes [três] anos, o Focus só tem evoluido, com um trabalho marcante pela perfeita utilização do instrumental eletrônico - pecado que prejudica a maioria dos grupos pop, que confundem poluição eletrônica com música pop. Bem aceitos pelo público brasileiro - que felizmente tem prestigiado os nomes mais importantes do rock-sinfônico (vide os êxitos dos lps do Emerson, Lake and Palmer, Pink Floyd, Roxi Music, Genesis e Rick Vakeman, para não falar nos conjuntos alemães) - o Focus tem um novo e, o terceiro se não estamos enganados, lançado no Brasil: "At The Rainbow" (Polydor, 2383229, março/75). Como os trabalhos anteriores, é um disco profundamente consciente. Gravado ao vivo, durante um concerto no Rainbow Theatre, em Londres, a 5 de maio de 1973, um sábado, o disco sintetiza sete grandes momentos do show, todas composições dos próprios integrantes do Focus. Faixas longas que se ouve com grande prazer, pelo nível musical de seus integrantes e pelas boas idéias apresentadas. Em algumas delas, há inclusive solos vocais - além de um bem humorado canto o tiroles. Uma sentimental homenagem ao baterista Thus van Leer, "Sylvia", está entre os melhores momentos deste importante conjunto de música contemporânea.
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