Login do usuário

Aramis

O som asiático dos teclados de Kitaro

Procurando se acha. Entre centenas diria até, milhares - de lançamentos internacionais no universo pop/jovem, há sempre criadores de maior voltagem que fogem do esquema barulhento da maioria dos conjuntos e intérpretes. Um novo e salutar exemplo é o japonês Kitaro, tecladista e compositor que desenvolve um trabalho em sintetizadores na mesma linha de Vangelis. Apesar de valer-se de um equipamento extremamente moderno, sua música é bastante melódica, podendo ser executada até por filarmônicas, como aconteceu em Londres, nas gravações de seu LP "The World of Kitaro". Kitaro (Toyohasi, Japão, 1953) está sendo apresentado ao público brasileiro no esplêndido LP "Live in Ásia", gravado durante sua excursão asiática em 1983. Muito possivelmente a Polygram optou por este álbum por que nele está uma espécie de "The best of Kitaro", reunindo os temas de maior comunicação que saíram em seus 14 LPs anteriores, como "Theme Of Silk Road", "Cosmic Loves", "Dawn In Malaysia". Kitaro começou com um grupo de rock, onde tocava baixo, teclados e outros instrumentos. Em 1972 resolveu estudar ioga e viajou para a Índia. Longa permanência em Katmandu e, posteriormente, na Tailândia, lhe deram uma nova perspectiva de vida. Desejando maior contato com a natureza mudou-se para o alto do monte Fugi e lá, com seus sintetizadores, passou a desenvolver uma música profundamente reflexiva, suave e calma - que resultou, em 7 anos de trabalho profissional, em 14 LPs - provando a aceitação de seu trabalho. Uma música fascinante, rica e harmoniosa. xxx Outro exemplo de música inteligente e criativa é a produzida pelo Focus, grupo holandês que se projetou no início dos anos 70. Inicialmente um trio formado por Thijs van Leer (teclados, flauta e vocais), que possuía formação erudita; Martin Desden (baixo) e Hans Clever (bateria). Posteriormente, o excelente guitarrista Jan Akkerman juntou-se ao grupo. "Sylvia", em seu terceiro LP escalou as paradas e o grupo sofreu algumas mudanças - mas sempre mantendo extrema competência. Hoje o Focus se reduz, basicamente, ao duo Jan e Thijs que executam uma multiplicidade de instrumentos, como se observa no mais recente LP (Vertigo/ Polygram agosto/85. Thijs é autor de quatro das sete faixas - uma delas ("Who's Calling?") em parceria com Jan Akkerman, que fez as quatro outras músicas. São todas fortes, concebidas basicamente para a versatilidade instrumental de Akkerman nos instrumentos de corda, enquanto Leer, além de pilotar vários teclados, toca ainda flauta e faz vocais. Algumas participações especiais: Tato Gomez, baixista em Russian Roulette" e "Índian Summer"; o baixista Ruud Jacobs em "Beethoven's Revenge" os percussionistas Ustad Zamir Ahmad Khan e Sérgio Castillo participam em "Indian Summer" e "Le Tango", respectivamente. Um disco moderno, inteligente e da maior força, mostrando que Jan e [Thijs] continuam com excelente foco musical.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
38
15/09/1985

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br